Relatório Sertanejo: Barra do Corda no Cordel de Olímpio Cruz
Por Olímpio CruzA iniciativa de trazer o livro à posteridade partiu do advogado, jornalista e escritor Nonato Cruz, filho do poeta, ainda no início do século 21. Ele faleceu em 2010 com esse desejo realizado.
A iniciativa contou com a ajuda de amigos da família Cruz, como o poeta Fernando Braga e o Monsenhor Hélio Maranhão, além do apoio constante do jornalista e escritor Nagib Jorge Neto.
A história permaneceu inédita por mais de 35 anos. Isso aconteceu por “culpa” do próprio poeta Olímpio Cruz. É que ao longo dos anos 70 e 80, tendo em vista a precariedade do mercado editorial brasileiro – centralizado no eixo Rio-São Paulo – e da necessidade de viabilizar financeiramente a publicação de um livro, o escritor dedicou seu esforço a viabilizar outras de suas obras, como o romance “Cauiré Imana, o cacique rebelde” ou “Clamor da Selva” (poesias). “Relatório Sertanejo” não estava entre as prioridades.
Os originais do livro foram descobertos pelo jornalista Olímpio Cruz no baú do velho poeta logo depois que ele veio a falecer em Brasília. Estavam junto a outros papéis, com sonetos e poemas, além de crônicas e relatos. Durante dois anos, Nonato Cruz se debruçou sobre o material com a ambição de publicá-lo.
Em 2009, o livro foi lançado graças ao apoio de amigos, como Sued Miranda Leite e o empresário Raimundo Nonato Brasil. “Relatório” foi publicado numa co-edição da Casa Maranhão Sobrinho e da Academia Barra-Cordense de Letras. É possível agora ler a edição digital.
Sobre o autor
Olímpio Cruz nasceu em Barra do Corda (MA), em 20 de outubro de 1909, e faleceu em Brasília, no dia 11 de junho de 1996. Poeta, escritor e sertanista, é autor de vários livros de poesia, tendo escrito ainda o romance “Cauiré Imana, o cacique rebelde”, sobre “O massacre de Alto Alegre”, ocorrido em 1901, quando índios guajajara promoveram um levante contra uma missão de frades capuchinhos no Maranhão.
O poeta dedicou grande parte de sua vida à causa indígena, tendo vivido 37 anos entre os índios Kanela, Krahô, Timbira, Guajajara, Krikati e Gavião, trabalhando no hoje extinto Serviço de Proteção aos Índios (SPI), órgão fundado pelo Marechal Cândido Rondon ainda nos anos 1940 e substituído em 1967 pela Fundação Nacional do Índio (Funai).
Por conta de seu trabalho como indigenista, após sua aposentadoria foi agraciado nos anos 1980 pelo governo brasileiro com a Medalha Nacional do Mérito Indigenista, na categoria Pacificador. É o único maranhense detentor dessa condecoração, honraria até então concedida aos irmãos Cláudio e Orlando Villas-Boas. Seu trabalho rendeu estudos antropológicos, inclusive de cientistas e acadêmicos de universidades brasileiras e dos Estados Unidos, como do Smithsonian Institute.
Olímpio Cruz foi membro da Academia de Letras de Brasília, da Academia Maranhense de Trovas e da Academia Barra-Cordense de Letras. Da sua bibliografia, destacam-se os seguintes livros: “Puturã” (Poesias, edição do autor. São Luís, 1946) , “Canção do Abandono” (Poesias, edição do autor, 1953), “Vocabulário dos Quatro Dialetos Indígenas do Maranhão” (Pesquisa, edição da Secretaria de Cultura do Estado do Maranhão. São Luís, 1972), “Clamor da Selva” (Editora Emgrel. Brasília, 1978), “Lendas Indígenas” (Editora Thesaurus. Brasília, 1980) e “Cauiré Imana, o cacique rebelde” (Editora Thesaurus. Brasília, 1982). Participou ainda de várias edições do “Anuário dos Poetas do Brasil”, organizadas e editadas, no Rio de Janeiro, pelo poeta Aparício Fernandes.
Características do eBook
Aqui estão algumas informações técnicas sobre este eBook:
- Autor(a): Olímpio Cruz
- ASIN: B01698OG1K
- Idioma: Português
- Tamanho: 4033 KB
- Nº de Páginas: 79
- Categoria: Literatura e Ficção
Amostra Grátis do Livro
Faça a leitura online do livro Relatório Sertanejo: Barra do Corda no Cordel de Olímpio Cruz, escrito por Olímpio Cruz. Esse é um trecho gratuito disponibilizado pela Amazon, e não infringe os direitos do autor nem da editora.