O VELHO e o CEMITÉRIO: ( A origem do andarilho dos cemitérios )
Por Iram F. R. "Bradock" Jack estava recém casado com Iara Maria. Eram dois jovens amantes de música gótica vertente do gênero “rock and roll”. Uma madrugada destas, era época junina, fogueiras apagadas, o vento levara as cinzas pelos ares. Fumaça e o canto do galo lá longe dava um aspecto de epopeia aquele casal ainda em lua de mel. Quando foram chegando nas proximidades de sua recente casa depois de muito caminhar noite a dentro:
– Mas o senhor de novo? Já não lhe falei que não quero ver mais o senhor por aqui cavando nas minhas terras! Porra será que eu falo Grego, é? – Exclama José Jack gesticulando nervoso.
– Calma senhor, não grite comigo, estou pela hora da morte! – Disse o velho Nemias, sentando-se em uma pedra bem ao lado do local onde estava cavando e como um verdadeiro ancião, argumenta com o jovem roqueiro:
– Preciso cavar aqui, sabe jovem. Tenho posses, trabalhei a minha vida inteira e agora sou rico. Posso lhe dizer, talvez milionário…
“ Milionário! Sei!”
– Comprei quase todas essas terras por aqui, menos as suas, não tive outra coisa a fazer se não cavar nas madrugadas antes de acordar os dois pombinhos, não é minha intenção atormentar o jovem casal. Mas tenho que cavar se não… não terei mais nenhum descanso que o macrocosmo me livre. – Disse aquele senhor meio que corcunda sentado em uma pedra com uma mão espalmada para cima já a sua mão esquerda espalmada para baixo. Alá mestre dos magos!
Iara Maria ficara calada só a analisar a situação de stress do seu recém esposo com aquele velho albino.
– Hum… e porque tem que cavar? Que história é essa velho coruja?
– Peço que me respeite. Só porque você é jovem, não tem o direito de ofender ou maltratar ninguém. Muito menos um frágil idoso. Olha a lei aí, meu rapaz.
– Peça desculpas ao senhor, Jack, – Disse Iara cutucando forte o seu jovem marido nas costelas.
– Eita, que violência Gugu, calma, vou pedir!
– Desculpa seu velho cavador.
– Desculpas aceitas, também já fui jovem meu rapaz de preto, sei bem o que é isso.
– Então já pode ir vazando da minha propriedade, né? – Disse José com cara de poucos amigos fitando aquele velho que também estava com o olhar perdido ou talvez em direção a uma pá com cabo curto ao lado.
– Quer saber mesmo porque estou cavando aqui em suas terras as três da madrugada? – Indaga o velho Nemias levantando-se com vigor, pegando a sua pá e se dirigindo a uma velha árvore com o seu tronco grosso onde cascas secas se misturavam com as folhas amarelas repletas de formigas.
– A gente quer saber sim! Que Deus me perdoe. – Retruca Iara Maria não se aguentando de tanta curiosidade.
– Fale senhor! – Disse José lhe fitando meio que intrigado com todo aquele suspense daquele senhor decrépito.
– Estou bem certo que aqui é um cemitério. O primeiro cemitério da cidade, antes mesmo de ser cidade. Sabe? Eram aqui que enterravam os primeiros moradores de Caruru; o nome primitivo de Caruaru. A cidade passou os primeiros duzentos anos sendo chamada de Caruru. – Disse o idoso Nemias voltando a cavar.
– Mas como? Por que o senhor tem tanta certeza que logo aqui em meu terreno existe esse tal cemitério esquecido da cidade?
“Esse velhote tá caducando” – pensa José.
O velho não mais respondera; apenas cavava sem sessar sob os olhares de interrogação e perplexidade do casal naquela estranha madrugada. O latido frenético dos cachorros ecoavam a uma pouca distância. Até que a pá de Nemias batera em algo sólido e fofo ao mesmo tempo, como um baú ou coisa parecida.
– O que foi isso? Parece que a pá bateu em alguma coisa. – Disse Maria, colocando a sua cabeça para dentro do buraco feito por aquele velho albino e corcunda.
– Achei! Vejam! – Exclama o velho dentro do buraco que estava ao nível de sua cintura. E completa puxando um pedaço de pano se decompondo.
– Olha é um pedaço de mortalha!
O velho Nemias voltara a cavar um pouco mais. Depois se agachou novamente…
– Isso não existe aqui vovô. E história de carochinha. – Disse Jack, pegando na mão de Iara e virando as
– Mas o senhor de novo? Já não lhe falei que não quero ver mais o senhor por aqui cavando nas minhas terras! Porra será que eu falo Grego, é? – Exclama José Jack gesticulando nervoso.
– Calma senhor, não grite comigo, estou pela hora da morte! – Disse o velho Nemias, sentando-se em uma pedra bem ao lado do local onde estava cavando e como um verdadeiro ancião, argumenta com o jovem roqueiro:
– Preciso cavar aqui, sabe jovem. Tenho posses, trabalhei a minha vida inteira e agora sou rico. Posso lhe dizer, talvez milionário…
“ Milionário! Sei!”
– Comprei quase todas essas terras por aqui, menos as suas, não tive outra coisa a fazer se não cavar nas madrugadas antes de acordar os dois pombinhos, não é minha intenção atormentar o jovem casal. Mas tenho que cavar se não… não terei mais nenhum descanso que o macrocosmo me livre. – Disse aquele senhor meio que corcunda sentado em uma pedra com uma mão espalmada para cima já a sua mão esquerda espalmada para baixo. Alá mestre dos magos!
Iara Maria ficara calada só a analisar a situação de stress do seu recém esposo com aquele velho albino.
– Hum… e porque tem que cavar? Que história é essa velho coruja?
– Peço que me respeite. Só porque você é jovem, não tem o direito de ofender ou maltratar ninguém. Muito menos um frágil idoso. Olha a lei aí, meu rapaz.
– Peça desculpas ao senhor, Jack, – Disse Iara cutucando forte o seu jovem marido nas costelas.
– Eita, que violência Gugu, calma, vou pedir!
– Desculpa seu velho cavador.
– Desculpas aceitas, também já fui jovem meu rapaz de preto, sei bem o que é isso.
– Então já pode ir vazando da minha propriedade, né? – Disse José com cara de poucos amigos fitando aquele velho que também estava com o olhar perdido ou talvez em direção a uma pá com cabo curto ao lado.
– Quer saber mesmo porque estou cavando aqui em suas terras as três da madrugada? – Indaga o velho Nemias levantando-se com vigor, pegando a sua pá e se dirigindo a uma velha árvore com o seu tronco grosso onde cascas secas se misturavam com as folhas amarelas repletas de formigas.
– A gente quer saber sim! Que Deus me perdoe. – Retruca Iara Maria não se aguentando de tanta curiosidade.
– Fale senhor! – Disse José lhe fitando meio que intrigado com todo aquele suspense daquele senhor decrépito.
– Estou bem certo que aqui é um cemitério. O primeiro cemitério da cidade, antes mesmo de ser cidade. Sabe? Eram aqui que enterravam os primeiros moradores de Caruru; o nome primitivo de Caruaru. A cidade passou os primeiros duzentos anos sendo chamada de Caruru. – Disse o idoso Nemias voltando a cavar.
– Mas como? Por que o senhor tem tanta certeza que logo aqui em meu terreno existe esse tal cemitério esquecido da cidade?
“Esse velhote tá caducando” – pensa José.
O velho não mais respondera; apenas cavava sem sessar sob os olhares de interrogação e perplexidade do casal naquela estranha madrugada. O latido frenético dos cachorros ecoavam a uma pouca distância. Até que a pá de Nemias batera em algo sólido e fofo ao mesmo tempo, como um baú ou coisa parecida.
– O que foi isso? Parece que a pá bateu em alguma coisa. – Disse Maria, colocando a sua cabeça para dentro do buraco feito por aquele velho albino e corcunda.
– Achei! Vejam! – Exclama o velho dentro do buraco que estava ao nível de sua cintura. E completa puxando um pedaço de pano se decompondo.
– Olha é um pedaço de mortalha!
O velho Nemias voltara a cavar um pouco mais. Depois se agachou novamente…
– Isso não existe aqui vovô. E história de carochinha. – Disse Jack, pegando na mão de Iara e virando as
Características do eBook
Aqui estão algumas informações técnicas sobre este eBook:
- Autor(a): Iram F. R. Bradock
- ASIN: B01HSZC8IG
- Editora: Amazon
- Idioma: Português
- Tamanho: 1596 KB
- Nº de Páginas: 11
- Categoria: Jovens e Adolescentes
Amostra Grátis do Livro
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