Um garoto na melhor fase de sua vida sofre um terrível acidente que o deixa em coma profundo por mais de vinte anos, e depois de anos desacordado enfim ele acorda numa época diferente da vivida em sua infância. Ele desperta para enfim fazer o que ele mais gostava de fazer, nada mais nada menos que empinar rabiolas, e isso num tempo totalmente dominado por pipas, nem o tempo foi capaz de envelhecer sua mente. Ele apenas um menino no corpo de um homem. Continue lendo… Fim de junho de 1983, a molecada estava eufórica. Tinha acabado as aulas e todos entrariam em férias, já se via no céu as rabiolas, os papagaios e as cangulas, e de porte em porte as linhas eram enceradas, tinha que ser o melhor encerou possível, pois, a linha tinha que ficar como uma navalha. Era como uma verdadeira batalha no ar, o melhor encerou garantiria a vitória.
Cada garoto tinha seu segredo que segundo eles, deixava seu encerou melhor que os outros e nessa linha de raciocínio, uma linha mais cortante, quase invencível. A busca pelo melhor encerou às vezes tinha consequência, que eram cortes nos dedos, mas, para eles isso não importava muito, só importava uma coisa! Era que o encerou estava bom e desta forma ia se cortar muitas rabiolas.
Aqueles que não sabiam fazer ou que não queriam ter o trabalho seu próprio encerou, compravam feito. Tinha sempre alguém ganhando um dinheirinho, isso era justo, pois, fazer encerou dava um trabalhinho mesmo. Eram varias fases: Primeiro tinha que se achar vidros adequados, lâmpadas de preferencia. Claro que dava para fazer com qualquer tipo de vidro, mas, o vidro das lâmpadas era melhor e mais fácil de socar, isso mesmo socar, o vidro era socado até virar um pó bem fininho. Em seguida tinha que arranjar cola branca, aquela usada em trabalho escolar, em caso da falta de cola, a goma da tapioca, um derivado da mandioca resolveria o problema, dala se faz um produto colante, o mesmo que compõe o tradicional tacacá.
Quando a goma já estava no ponto, então se acrescentava o vidro socado e deixava aquecer bem, para esse aquecimento se fazia uma fogueirinha nos fundos do quintal, ou mesmo no fogão da mãe. Claro que era sem ela saber, uma mãe jamais deixaria um moleque manusear seu fogão, e se quisesse dá uma corzinha no encerou para deixar a linha com uma cor diferente. Nesse caso era só acrescentar qualquer tipo de corante, se usava a criatividade, pois, a molecada não tinha muitos recursos, assim era usada violeta da caixa de farmácia, tinta de pintar a casa, coisas assim.
Enquanto o encerou era preparado, o carretel de linha já tinha que está de molho, isso para tirar a goma que vinha na linha e facilitar a penetração do encerou. Era um verdadeiro ritual, o garoto colocava um pouco do encerou em uma das mãos, e saia encerando sua linha. Contornando os postes ou as estacas afincadas no chão, varias voltas eram dadas até acabar a linha do carretel ou o encerou, e depois deixava ali estendida ao sol até secar bem. Dali o moleque não arredava os pés vigiando sua linha, nem as melhores e mais cuidadosas lavadeiras ficavam de tamanha prontidão, guardando suas roupas lavadas no varal.
Cada garoto tinha seu segredo que segundo eles, deixava seu encerou melhor que os outros e nessa linha de raciocínio, uma linha mais cortante, quase invencível. A busca pelo melhor encerou às vezes tinha consequência, que eram cortes nos dedos, mas, para eles isso não importava muito, só importava uma coisa! Era que o encerou estava bom e desta forma ia se cortar muitas rabiolas.
Aqueles que não sabiam fazer ou que não queriam ter o trabalho seu próprio encerou, compravam feito. Tinha sempre alguém ganhando um dinheirinho, isso era justo, pois, fazer encerou dava um trabalhinho mesmo. Eram varias fases: Primeiro tinha que se achar vidros adequados, lâmpadas de preferencia. Claro que dava para fazer com qualquer tipo de vidro, mas, o vidro das lâmpadas era melhor e mais fácil de socar, isso mesmo socar, o vidro era socado até virar um pó bem fininho. Em seguida tinha que arranjar cola branca, aquela usada em trabalho escolar, em caso da falta de cola, a goma da tapioca, um derivado da mandioca resolveria o problema, dala se faz um produto colante, o mesmo que compõe o tradicional tacacá.
Quando a goma já estava no ponto, então se acrescentava o vidro socado e deixava aquecer bem, para esse aquecimento se fazia uma fogueirinha nos fundos do quintal, ou mesmo no fogão da mãe. Claro que era sem ela saber, uma mãe jamais deixaria um moleque manusear seu fogão, e se quisesse dá uma corzinha no encerou para deixar a linha com uma cor diferente. Nesse caso era só acrescentar qualquer tipo de corante, se usava a criatividade, pois, a molecada não tinha muitos recursos, assim era usada violeta da caixa de farmácia, tinta de pintar a casa, coisas assim.
Enquanto o encerou era preparado, o carretel de linha já tinha que está de molho, isso para tirar a goma que vinha na linha e facilitar a penetração do encerou. Era um verdadeiro ritual, o garoto colocava um pouco do encerou em uma das mãos, e saia encerando sua linha. Contornando os postes ou as estacas afincadas no chão, varias voltas eram dadas até acabar a linha do carretel ou o encerou, e depois deixava ali estendida ao sol até secar bem. Dali o moleque não arredava os pés vigiando sua linha, nem as melhores e mais cuidadosas lavadeiras ficavam de tamanha prontidão, guardando suas roupas lavadas no varal.
Características do eBook
Aqui estão algumas informações técnicas sobre este eBook:
- Autor(a): MIGUEL LOBATO
- ASIN: B01LZTW4YZ
- Idioma: Português
- Tamanho: 843 KB
- Nº de Páginas: 83
- Categoria: Romance
Amostra Grátis do Livro
Faça a leitura online do livro O ÚLTIMO RABIOLEIRO., escrito por MIGUEL LOBATO. Esse é um trecho gratuito disponibilizado pela Amazon, e não infringe os direitos do autor nem da editora.