Uma velha lenda japonesa conta a história de um homem que era cruelmente torturado, noite e dia, por um monstro horripilante. Por fim, a vítima, cansada de sofrer, voltou-se para o Demônio e, dizendo-lhe que nada tinha feito para merecer um tal tratamento, perguntou-lhe por que razão era assim perseguido.
– “Queixa-te de ti, condena-te a ti próprio pelo teu sofrimento,” – respondeu severamente o Demônio.
“Sou o monstro que a tua imaginação criou; a minha natureza é tal como a formaste, e não vivo senão da vida que me deste.”
Sabemos qual é o nome desse Demônio supremo que a todos nos persegue?
– É a guerra, a fome, a peste, o crime, a miséria, a doença ou a morte, dirão muitos.
– Não; ainda não é nenhum desses, por muito maus que sejam. É o pai de todos, o que a todos cria, o que arrasta sobre nós o mais monstruoso turbilhão de perigos. O supremo inimigo da humanidade – é o Medo!
– Qual é o nosso medo infantil? É alguma coisa de tangível, de iminente? Logo, tanto mais razão teremos de concentrar todas as nossas forças e tomar a resolução inabalável de lhe dar batalha. O lutador que entra na luta amedrontado vai de antemão meio vencido. Mas, com a grande maioria de nós, o medo é inconsciente. Se alguma coisa há menos palpável, é o temor da morte, da doença e da calamidade. Há gente que não viaja nunca sem ser acompanhada do terror de um acidente fatal. Atravessar uma ponte sem a ideia de serem, trem e tudo, lançados num rio, arremessados a um abismo, é-lhes totalmente impossível. Outros sofrem ainda a vida inteira de um terror imaginário e semiconsciente de qualquer doença perigosa, que se desenvolve no seu organismo – como um câncer, uma tuberculose, uma cirrose ou perturbações cardíacas. Estão sempre à espreita dos menores sintomas. Os anunciadores de especialidades médicas prosperam à custa desta espécie de enfermos.
Em gerações passadas, os vendedores de para-raios fizeram fortunas com os seus fios de metal! Tão bem sabiam se valer do terror do povo, que ninguém se sentia seguro, enquanto não tivesse um para-raios no cume das suas casas! Hoje rara é a gente que presta atenção a para-raios, mas muitos são ainda aqueles que temem as trovoadas!…
Existiu uma mãe que, quando estava para cair uma trovoada, se fechava com os filhos na adega subterrânea, ou, então, deitava-os no leito e fechava todas as portas e janelas.
Uma outra mulher, que possuía uma casa de campo à borda de um lago no seio da serra, costumava se refugiar em um gabinete, que tinha uma cobertura metálica, em ocasiões de trovoada, e assim, inconscientemente e levada pelo medo, ela ia se meter no lugar mais perigoso da sua propriedade.
A epidemia da paralisia infantil, forneceu-nos um precioso ensinamento do insensato poder do medo. Tomaram-se tantas medidas preventivas contra as enfermidades que as autoridades sanitárias das várias comunidades obrigavam a quarentena os automóveis de passagem através das suas respectivas cidades. É prudente se dizer que, num caso de epidemia, o medo mata mais do que a doença! As mães são peculiarmente suscetíveis das doenças que atacam os seus filhinhos. É-lhes difícil manter o sangue frio, equilibrar a razão, quando têm os filhos em perigo. Não é preciso muito para lhes desencadear o pânico na alma. Há muitos anos eram queimadas barricas de breu nos ângulos das ruas de algumas cidades meridionais, na persuasão de que esta medida preveniria a expansão da epidemia da febre amarela. Um médico do governo disse: “A psicologia do medo desempenha um importante papel em todas as epidemias. É da máxima importância que o povo não perca o bom senso.”
“Não ouses começar” – que epitáfio esplêndido para milhares de sepulcros!
“Teve medo” – outro, para a lápide de milhões e milhões de túmulos.
– “Queixa-te de ti, condena-te a ti próprio pelo teu sofrimento,” – respondeu severamente o Demônio.
“Sou o monstro que a tua imaginação criou; a minha natureza é tal como a formaste, e não vivo senão da vida que me deste.”
Sabemos qual é o nome desse Demônio supremo que a todos nos persegue?
– É a guerra, a fome, a peste, o crime, a miséria, a doença ou a morte, dirão muitos.
– Não; ainda não é nenhum desses, por muito maus que sejam. É o pai de todos, o que a todos cria, o que arrasta sobre nós o mais monstruoso turbilhão de perigos. O supremo inimigo da humanidade – é o Medo!
– Qual é o nosso medo infantil? É alguma coisa de tangível, de iminente? Logo, tanto mais razão teremos de concentrar todas as nossas forças e tomar a resolução inabalável de lhe dar batalha. O lutador que entra na luta amedrontado vai de antemão meio vencido. Mas, com a grande maioria de nós, o medo é inconsciente. Se alguma coisa há menos palpável, é o temor da morte, da doença e da calamidade. Há gente que não viaja nunca sem ser acompanhada do terror de um acidente fatal. Atravessar uma ponte sem a ideia de serem, trem e tudo, lançados num rio, arremessados a um abismo, é-lhes totalmente impossível. Outros sofrem ainda a vida inteira de um terror imaginário e semiconsciente de qualquer doença perigosa, que se desenvolve no seu organismo – como um câncer, uma tuberculose, uma cirrose ou perturbações cardíacas. Estão sempre à espreita dos menores sintomas. Os anunciadores de especialidades médicas prosperam à custa desta espécie de enfermos.
Em gerações passadas, os vendedores de para-raios fizeram fortunas com os seus fios de metal! Tão bem sabiam se valer do terror do povo, que ninguém se sentia seguro, enquanto não tivesse um para-raios no cume das suas casas! Hoje rara é a gente que presta atenção a para-raios, mas muitos são ainda aqueles que temem as trovoadas!…
Existiu uma mãe que, quando estava para cair uma trovoada, se fechava com os filhos na adega subterrânea, ou, então, deitava-os no leito e fechava todas as portas e janelas.
Uma outra mulher, que possuía uma casa de campo à borda de um lago no seio da serra, costumava se refugiar em um gabinete, que tinha uma cobertura metálica, em ocasiões de trovoada, e assim, inconscientemente e levada pelo medo, ela ia se meter no lugar mais perigoso da sua propriedade.
A epidemia da paralisia infantil, forneceu-nos um precioso ensinamento do insensato poder do medo. Tomaram-se tantas medidas preventivas contra as enfermidades que as autoridades sanitárias das várias comunidades obrigavam a quarentena os automóveis de passagem através das suas respectivas cidades. É prudente se dizer que, num caso de epidemia, o medo mata mais do que a doença! As mães são peculiarmente suscetíveis das doenças que atacam os seus filhinhos. É-lhes difícil manter o sangue frio, equilibrar a razão, quando têm os filhos em perigo. Não é preciso muito para lhes desencadear o pânico na alma. Há muitos anos eram queimadas barricas de breu nos ângulos das ruas de algumas cidades meridionais, na persuasão de que esta medida preveniria a expansão da epidemia da febre amarela. Um médico do governo disse: “A psicologia do medo desempenha um importante papel em todas as epidemias. É da máxima importância que o povo não perca o bom senso.”
“Não ouses começar” – que epitáfio esplêndido para milhares de sepulcros!
“Teve medo” – outro, para a lápide de milhões e milhões de túmulos.
Características do eBook
Aqui estão algumas informações técnicas sobre este eBook:
- Autor(a): FELIPE RODRIGUES
- ASIN: B0B85MKKHJ
- Idioma: Português
- Tamanho: 873 KB
- Nº de Páginas: 273
- Categoria: Autoajuda
Amostra Grátis do Livro
Faça a leitura online do livro O SUPREMO INIMIGO DA HUMANIDADE, escrito por FELIPE RODRIGUES. Esse é um trecho gratuito disponibilizado pela Amazon, e não infringe os direitos do autor nem da editora.