Mar de sangue

Uma jovem é morta por um tubarão na praia de Boa Viagem, no Recife, no mês de julho. É ano de eleição municipal no país. O prefeito da cidade e o governador do Estado resolvem promover um Festival com Surfe e Música, na praia do Acaiaca, no feriado Sete de Setembro. O local fica próximo de onde a jovem foi atacada pelo tubarão. A ideia é desfazer o clima ruim que o ataque do tubarão causou. Para isso, a prefeitura vai usar uma tela de proteção já aprovada pelo Comitê que cuida dos assuntos relacionados a incidentes com tubarões. Mas o material nunca foi colocado em prática, porque faltava um patrocinador disposto a investir. A famosa marca local de refrigerantes, Tuba-Cola, resolve bancar o evento. O presidente do Comitê, Carlos Pena, professor do curso de engenharia de pesca da universidade alerta para os riscos sobre os tubarões-tigres de grande porte que chegam ao Porto de Suape, no Litoral Sul de Pernambuco. Mesmo assim o evento é realizado, mas sem a permissão para o campeonato de surfe. Os surfistas se revoltam e entram na área protegida pela tela de proteção, driblando os guarda-vidas e as ordens do Secretário de Segurança Pública, Demétrius Souza. Um grande swell está previsto para o domingo, último dia do evento. Os guarda-vidas alertam que a tela de proteção foi rompida por um tubarão-tigre de cinco metros. A notícia não impede que surfistas de todas as partes invadam a área para desfrutar das boas ondas no Acaiaca.