”Eu li no Facebook”: cinco gerações do projeto jornalístico do Facebook
Por Lilian Cristina Monteiro França “EU LI NO FACEBOOK” – Essa frase foi se tornando cada vez mais presente em nosso cotidiano. Em 2010, quando comecei a pesquisar sobre as relações entre o consumo de notícias e o Facebook, era visível que o público estava migrando aceleradamente dos sites dos grandes jornais para a plataforma e, com menor velocidade, trocando os telejornais pelos feeds de notícias. Acompanhando o processo de transformação do jornalismo, do impresso para o “Digital First” e depois para o “Mobile First”, a caminho de um “API First”, “Bussines First” ou mesmo um “Facebook First” é possível verificar uma grande transformação no consumo de notícias. Um projeto de pesquisa aprovado no Edital Universal do CNPq (2016), intitulado “O modelo de negócios Facebook – Instant Articles no financiamento do jornalismo online no Brasil” previa um meticuloso acompanhamento do processo de implantação dos Instant Articles, o que levou a um detalhado monitoramento da mídia especializada, a exemplo de: Columbia Journalism Review, Nieman-Lab, Pew Research Center, Forbes, Tow Center, Business Wire, MITSloan, TechCrunch, IJNET, Marketing Land, Buzz-Feed, Vox, Fast Company, Campaign, Digiday, Poynter, The Verge, VB – Venture Beat, Hor@ Digital, Olhar Digital, Meio e Mensagem, The New York Times, The Washington Post e The Guardian. A partir dos dados coletados, foi possível encontrar indícios de que o Facebook desenvolvia um projeto jornalístico próprio, assim nomeado apenas em 2019, mas paulatinamente estruturado desde 2010. Esse processo impactou o universo do jornalismo e da produção/distribuição de notícias, gerando uma série de transformações que terminaram por agravar a crise que o setor atravessava desde o advento da web – 1990 – com o surgimento das publicações online. Atento, o FB foi construindo a sua história e criando condições para aproveitar o momento e encampar algumas das práticas jornalísticas. Desde 2010, criou páginas próprias para discutir a questão da mídia: “Facebook for media”(2010), “Media on Facebook” (2014) e “Facebook Media” (2014). A esse momento, chamo de primeira geração do projeto jornalístico do FB. A segunda geração começa no final de 2014, quando o algoritmo do FB estava suficientemente desenvolvido para poder passar a vender a ideia de um “jornal personalizado” para cada um de seus seguidores, dando início a uma nova versão de seu projeto jornalístico. Como parte de suas estratégias de crescimento, o FB seguiu investindo em jornalismo e criou, em 2015, os Instant Articles (IA), formato de publicação que, além do carregamento rápido, permitia que o internauta se mantivesse no FB e deveria remunerar também o editor, dando
início à terceira geração do projeto jornalístico do FB. Em 2017, o FB formulou de modo mais sólido um projeto para o jornalismo, a sua quarta geração, com o Facebook Journalism Project, estruturado em três eixos centrais: Desenvolvimento colaborativo de novos produtos (novos formatos de narrativas, notícias locais, modelos de negócios emergentes, hackathons e contato constante com todos os envolvidos); Treinamento e Ferramentas para jornalistas e para a sociedade como um todo, no que tange ao consumo de notícias de qualidade. Nesse contexto os IA continuam funcionando em bases experimentais e sofrendo ajustes técnicos para melhor atender aos editores, além de terem de enfrentar a concorrência das AMP – Acelerate Mobile Pages, recurso similar no qual a Google vem investindo fortemente. O ano de 2019 dá início a uma quinta geração, com a remodelação e ampliação do Facebook Journalism Project e desenvolvimento de novas ferramentas voltadas para o aprimoramento do uso da rede social FB por jornalistas.
O principal objetivo deste livro é reunir e sistematizar uma série de informações dispersas e permitir que, sob certo ponto de vista, seja contada a história de como uma rede social surgida para fomentar a comunicação pessoal terminou por afetar todo o ambiente das empresas jornalísticas e da produção de notícias.
início à terceira geração do projeto jornalístico do FB. Em 2017, o FB formulou de modo mais sólido um projeto para o jornalismo, a sua quarta geração, com o Facebook Journalism Project, estruturado em três eixos centrais: Desenvolvimento colaborativo de novos produtos (novos formatos de narrativas, notícias locais, modelos de negócios emergentes, hackathons e contato constante com todos os envolvidos); Treinamento e Ferramentas para jornalistas e para a sociedade como um todo, no que tange ao consumo de notícias de qualidade. Nesse contexto os IA continuam funcionando em bases experimentais e sofrendo ajustes técnicos para melhor atender aos editores, além de terem de enfrentar a concorrência das AMP – Acelerate Mobile Pages, recurso similar no qual a Google vem investindo fortemente. O ano de 2019 dá início a uma quinta geração, com a remodelação e ampliação do Facebook Journalism Project e desenvolvimento de novas ferramentas voltadas para o aprimoramento do uso da rede social FB por jornalistas.
O principal objetivo deste livro é reunir e sistematizar uma série de informações dispersas e permitir que, sob certo ponto de vista, seja contada a história de como uma rede social surgida para fomentar a comunicação pessoal terminou por afetar todo o ambiente das empresas jornalísticas e da produção de notícias.
Características do eBook
- Autor(a): Lilian Cristina Monteiro França
- ASIN: B09N9Q5X13
- Editora: Criação
- Idioma: Português
- Tamanho: 9260 KB
- Nº de Páginas: 106
- Categoria: Administração, Negócios e Economia
Amostra Grátis do Livro
Faça a leitura online do livro ”Eu li no Facebook”: cinco gerações do projeto jornalístico do Facebook, escrito por Lilian Cristina Monteiro França. Esse é um trecho gratuito disponibilizado pela Amazon, e não infringe os direitos do autor nem da editora.