O projeto de programa proposto no congresso de união privilegiava as teses de Lassalle, o que suscitou críticas virulentas de Marx em forma de carta direcionada aos dirigentes. Sua oposição devia-se não à fusão dos partidos – quanto a isso era da opinião de que “cada passo do movimento real é mais importante do que uma dezena de programas” -, mas ao estatismo exacerbado que ganhara espaço nas diretrizes do novo partido.
Nem a favor do poder absoluto do Estado proposto por Lassalle, nem da ausência de Estado proposta pelos anarquistas: a proposição de Marx era a “ditadura revolucionária do proletariado”, forma de Estado que teria lugar durante o período de transformação revolucionária que conduziria ao advento da sociedade comunista. Segundo ele, as cooperativas “só têm valor na medida em que são criações dos trabalhadores e independentes, não sendo protegidas nem pelos governos nem pelos burgueses”.
Essas glosas marginais sobre o Programa de Gotha somente foram publicadas em 1891, muito depois da morte de Marx, por Friedrich Engels, na revista socialista Die Neue Zeit, dirigida por Karl Kautsky. Ao longo do século XX, esse conjunto disperso de notas tornou-se documento coerente de combate contra o socialismo aliado ao Estado.
Novas luzes também são lançadas sobre outros temas: “Se lermos esse documento à luz dos debates do século XXI, alguns de seus aspectos ganham novo interesse no contexto dos atuais debates sobre a ecologia.
Características do eBook
Aqui estão algumas informações técnicas sobre este eBook:
- Autor(a): Karl Marx
- Tamanho: 1906 KB
- Nº de Páginas: 149
- Editora: Boitempo Editorial
Amostra Grátis do Livro
Faça a leitura online do livro Crítica do Programa de Gotha (Coleção Marx e Engels), escrito por Karl Marx. Esse é um trecho gratuito disponibilizado pela Amazon, e não infringe os direitos do autor nem da editora.