Contos do Aprendizado: Pelos caminhos do autoconhecimento

Escritor lança nova versão de parábolas hindus
Tasso Assunção reformula histórias milenares da sabedoria espiritual do Oriente

Depois de mais de trinta anos de intensa dedicação ao estudo da questão do autoconhecimento, o escritor maranhense Tasso Assunção está registrando diversos aspectos dessa ponderosa questão em uma obra a um só tempo ilustrativa e esclarecedora.

Ao recontar (e revigorar) antigos contos da tradição espiritual hindu – os quais lançam nova luz sobre velhos problemas –, o filósofo maranhense lhes resgata o valor literário e a função pedagógica, ao tempo em que lhes agrega o próprio conhecimento.

Convite à reflexão
Percebe-se que o melhor quinhão da sabedoria do homem está contido em primorosas peças literárias, muitas vezes concisas, tais como as lendas, fábulas e parábolas, gêneros aos quais se atribui a origem do conto universal, atualmente em ascensão.

Não há dúvida de que as imagens que as parábolas evocam, os desafios com que se nos deparam as alegorias e, sobretudo, a substância com que a boa reflexão nos vem nutrir a mente representam um convite a pensar de modo distinto, a transformar-se.

Não será difícil estabelecer o consenso de que, em especial numa época de vertiginosas mudanças, os melhores textos são aqueles que nos arrebatam por meio do inusitado ou paradoxal e nos lançam a um silêncio que subjaz no interior, conducente à reflexão.

É nesse sentido que os textos que aqui se apresentam constituem o instrumento pelo qual se podem buscar respostas mais condizentes para questões – fundamentais – que o intelecto, com todo o seu esplendor científico e técnico, não foi capaz de resolver.

Dessa forma, os Contos do aprendizado de Tasso Assunção vêm trazer ao leitor o ensejo de assimilar alegorias que projetam nova luz sobre velhos questionamentos, ocasião propícia ao surgimento de novas configurações neuronais, indagações, insights…

Ao promover a maturidade psicológica ou espiritual, o gênero de parábolas coligidas no referido volume presta, em última instância, considerável contribuição à pedagogia dos processos de transformação. Para tanto, requer-se que seja lido e compartilhado.

Já se tornou óbvio que os valores mais genuinamente humanos são o resultado de constante exercício de reflexão e da prática cotidiana, atividades enriquecidas de maneira bastante significativa pelo poder sugestivamente instrutivo das parábolas orientais.

Neste ponto, convém lembrar que os ensinamentos cifrados nos aludidos Contos do aprendizado se destinam especialmente a agentes de mudanças, tais como educadores, conferencistas, palestrantes, consultores e todos quantos se empenhem pela paz.

O fato é que o compromisso com a construção de uma autêntica civilização supõe a disposição de se dedicar ao estudo e à reflexão, permanentemente, assim como de tocar os corações com uma mensagem voltada para a tolerância, o respeito e o amor.

Quanto maior o número e a variedade das pessoas que absorverem esse tipo questionador de literatura, mais se consolidará nova maneira de pensar – e de agir –, do mesmo modo como se instituíram, através dos milênios, os atuais padrões de pensamento.

Portanto, compete a cada cidadão contribuir não só com a ampliação da consciência, mas também com a construção de novo ente humano, liberto de todos os padrões de pensamento, porque compreendeu o funcionamento do mecanismo criador de padrões.