BUBALINOCULTURA: Uma visão geral e estratégica da criação de búfalos no Brasil

A bubalinocultura tem se mostrado como uma atividada emergente, contribuindo de maneira significativa na economia mundial. A população de búfalos no mundo é de 201,1 milhões (FAO, 2018). Deste montante, o continente asiático (Índia, Paquistão e China) é responsável por 96,9% do contingente. Na Europa, o rebanho de bufalos é de aproximadamente 412 mil cabeças e está concentrado na Itália, que possui um rebanho de 385,12 mil búfalos. Já o Brasil, possui o maior rebanho bubalino das américas, com aproximadamente 1,4 milhão de búfalos distribuidos em todos os estados brasileiros.

O rebanho bubalino brasileiro se concentra na região Norte, onde os estados do Pará, Amapá e Amazonas respondem por 64,9% do efetivo do rebanho nacional, o que corresponde a 904.992 de cabeças. Apesar dessa concentração, existem criações de búfalos em todas as regiões do país.

A bubalinocultura no Brasil desenvolve-se sob sistemas extensivos, tendo como base alimentar pastagens nativas ou cultivadas e na maioria das vezes sem o consumo de alimentos concentrados, sendo pouco comum até mesmo a suplementação de volumosos nos períodos de baixa oferta alimentar.

No entanto, nestas condições, a velocidade de desenvolvimento dos animais costuma acompanhar a oferta alimentar e a sazonalidade reprodutiva da espécie. Por isso, é preciso reforçar que a rusticidade dos bubalinos não pode ser confundida com a não necessidade de uma nutrição adequada, pois isso afetará de forma significativa o potencial produtivo do animal e consequentemente a eficiência produtiva do sistema de produção da propriedade rural.

A criação de búfalo envolve uma serie de variaveis, se tornando relativamente complexa e, exigindo assim, profissionais capacitados para estar à frente dos sistemas de produção. O amadorismo nao tem mais espaço na pecuária moderna, com as margens de lucro ficando cada vez mais estreitas, a diferença entre o sucesso e o fracasso está nos mínimos detalhes.

Este livro busca fazer uma revisão geral desta atividade em ascensão, visando às necessidades mais básicas dos criadores e técnicos envolvidos com a criação de búfalos, com destaque para pontos estratégicos que contribuem de forma mais consistente para o aumento da eficiencia do sistema de producao como um todo.