AS VIAGENS EXTRAORDINÁRIAS DE CATHERINE

Encontro-me sentada sob a sombra de frondosa árvore, aspiro o perfume de suas flores, de amarelo intenso e formato único, inexplicável. Avisto uma senhora balançando em sua cadeira. Apenas admirando a beleza do campo, sentindo o ar puro e revigorante do “mato”.
De repente, ouço um cavalo se aproximando, viro a cabeça para direita e à aproximadamente trinta metros dali pude contemplar atentamente um rapaz, de vinte e poucos anos, descendo de seu imponente cavalo preto e amarrando-o em uma frondosa árvore.
O rapaz usa calça jeans surrada e uma camiseta branca, ou melhor, bege de terra, umas botinas sujas e um simples chapéu de palha, seus cabelos são castanhos e sua pele é bronzeada. Caminha em minha direção, chegando a pouco menos de dez metros de onde estou, pronuncia as seguintes palavras:
– Quem é você?
Aflita com a pergunta, não sei o que responder a princípio, mas inconscientemente digo:
– Sou filha da terra!
Minha mente não entende o que acabo de pronunciar e o verdadeiro sentido daquelas palavras. Surpreendentemente o desconhecido responde:
– Seja bem-vinda!
Sinto-me inteiramente renovada, os meus mais íntimos anseios fluíam livremente como a dança das moléculas, mas de repente tudo parou. Escuto uma voz suave que pronuncia:
– Você encontrou a chave do Universo, foi capaz de mergulhar nas profundezas de sua alma, escutar a voz de seu coração e encontrar o verdadeiro sentido da sua vida, simplesmente viva, seja feliz e conecte-se com o seu Deus interior!
– Onde estou? Por que me sinto tão bem aqui? – perguntei confusa ao rapaz.
– Você encontrou as raízes da sua alma, o seu lugar no Universo, a sua única morada, o seu refúgio particular, seu Paraíso…
– Vamos, Catherine! Passear pelo seu mundo onírico, “recarregando suas baterias” e voltando para o Planeta Terra mais forte e disposta a realizar tudo o que seu íntimo aspira atingir – dizia de forma imponente e confiante o desconhecido.
O rapaz trouxe outro cavalo tão lindo quanto o seu e me ajudou a montá-lo. Posteriormente, juntos desvendamos as belezas escondidas naquele lugar bucólico e peculiar que me fazia chorar de tamanha alegria, uma sensação difícil de ser explicada, apenas sentida.
Viagem às raízes da minha alma ou um sonho alucinantemente maravilhoso?
Num segundo a minha existência começava a fazer mais sentido no que nos últimos trinta e três anos de vida. Toda paz que sentia, fazia com que flutuasse, tão leve como as nuvens na abóbada celeste. No entanto, como tudo o que é bom acaba rápido…
Trim Trim Trim Trim Trim… O ruído insuportável do despertador acabaria com a melhor experiência da minha vida ou seria apenas um sonho revigorante e surpreendente?