Adolescentes: Razão e emoção com meu filho em formação.
Por Fabiana Bertotti Não é tão estranho que ainda hoje não se saiba ao certo como lidar com os adolescentes. Uma parte se deve ao fato de que a maioria das pessoas não se empenhe em aprender sobre relaciona- mentos, desenvolvimento pessoal ou investimen- tos familiares. Existe no inconsciente coletivo a ideia de “quando chegar a gente vê”, seja no casa- mento, na criação dos filhos ou nas subsequentes crises que estas relações provocam de tempos em tempos. Se está errado? Absolutamente! Ora, se há empenho constante para se especializar no tra- balho, nos estudos e em outras áreas técnicas da vida julgadas inferiores à familiar, por que, então, não se vê empenho similar em cuidar das emo- ções, das relações e do desenvolvimento de cada membro da família? A resposta é simples: todo mundo acha que sabe. A realidade, entretanto, é outra: ninguém sabe nada, nem de si mesmo, nem do outro.
Todavia, se hoje, com o tanto que se fala do assunto, a adolescência ainda é uma incógnita para tantos pais, imagine no tempo do meu pai, ou do meu avô, ou dos seus! Isto porque, para começo de conversa, esta noção de que este perí- odo entre a infância e vida adulta é uma fase importante só começou há 100 anos e, mesmo assim, meio capenga, sem muita atenção dos cen- tros acadêmicos ou profissionais de saúde. Só depois da Segunda Guerra Mundial é que se vê estudos e ensaios relevantes sobre o tema que nem eram citados nos estudos sérios do século 19. A mudança de estilo de vida e demografia ditam um bocado deste porquê, uma vez que a tecnologia entra com força na vida das pessoas, que agora precisam de menos gente no trabalho, com o advento de máquinas para fazer o serviço que antes era feito por todos os filhos das grandes famílias. Os meninos e meninas encarregados de manter a economia doméstica girando são deslo- cados dos campos, das fábricas e oficinas para as escolas, o tempo livre se amplia, as mudanças de alimentação interferem na antecipação da puber- dade e as escolhas se avolumam.
Se há um século a puberdade acontecia por volta dos 15-16 anos para as meninas, a menarca hoje dá as caras aos 10-11 anos, aumentando, entre outras coisas, riscos de doenças ocasionadas por tanto tempo menstruando sem a geração de filhos. Isto sem mencionar que com maior esco- laridade e menor presença dos pais, se vê uma ode à rebeldia e incompreensão desta faixa etária que está confusa, triste e se sentindo desespera- damente carente. Este olhar para os adolescentes, que antes eram classificados dos 12 aos 19 anos e hoje já se estende aos 25, segundo a maioria dos especialistas, se restringia à psicólogos, uma vez que no século passado só se conhecia criança e adulto. Vestidas como gente grande, as crianças não tinham muitos direitos e tão logo pudessem fazer algo mais significativo, eram consideradas adultas, com responsabilidades sérias e sem mui- tos questionamentos levados em conta.
Não é que jovens sempre tenham se compor- tado como idosos, sem vontades, sem questiona- mentos, sem dúvidas existenciais, mas a isto não era dada tanta importância e o período era redu- zido; sem falar que as grandes mudanças sociais, como uma grande guerra onde os filhos jovens eram enviados para morrer em prol do país, gera- ram no mundo uma grande percepção de falência e desapego. Eram os pais se descolando emocio- nalmente dos filhos desde pequenos, para evi- tar sofrimento futuro quando a morte prematura fosse resultado do chamado da nação; eram os jovens sem apego à autoridade, uma vez que ela, no lugar de proteger sua vida, a exigia. Sim, as guerras mudaram dramaticamente a visão de uni- dade familiar e de importância da adolescência no Ocidente.
Todavia, se hoje, com o tanto que se fala do assunto, a adolescência ainda é uma incógnita para tantos pais, imagine no tempo do meu pai, ou do meu avô, ou dos seus! Isto porque, para começo de conversa, esta noção de que este perí- odo entre a infância e vida adulta é uma fase importante só começou há 100 anos e, mesmo assim, meio capenga, sem muita atenção dos cen- tros acadêmicos ou profissionais de saúde. Só depois da Segunda Guerra Mundial é que se vê estudos e ensaios relevantes sobre o tema que nem eram citados nos estudos sérios do século 19. A mudança de estilo de vida e demografia ditam um bocado deste porquê, uma vez que a tecnologia entra com força na vida das pessoas, que agora precisam de menos gente no trabalho, com o advento de máquinas para fazer o serviço que antes era feito por todos os filhos das grandes famílias. Os meninos e meninas encarregados de manter a economia doméstica girando são deslo- cados dos campos, das fábricas e oficinas para as escolas, o tempo livre se amplia, as mudanças de alimentação interferem na antecipação da puber- dade e as escolhas se avolumam.
Se há um século a puberdade acontecia por volta dos 15-16 anos para as meninas, a menarca hoje dá as caras aos 10-11 anos, aumentando, entre outras coisas, riscos de doenças ocasionadas por tanto tempo menstruando sem a geração de filhos. Isto sem mencionar que com maior esco- laridade e menor presença dos pais, se vê uma ode à rebeldia e incompreensão desta faixa etária que está confusa, triste e se sentindo desespera- damente carente. Este olhar para os adolescentes, que antes eram classificados dos 12 aos 19 anos e hoje já se estende aos 25, segundo a maioria dos especialistas, se restringia à psicólogos, uma vez que no século passado só se conhecia criança e adulto. Vestidas como gente grande, as crianças não tinham muitos direitos e tão logo pudessem fazer algo mais significativo, eram consideradas adultas, com responsabilidades sérias e sem mui- tos questionamentos levados em conta.
Não é que jovens sempre tenham se compor- tado como idosos, sem vontades, sem questiona- mentos, sem dúvidas existenciais, mas a isto não era dada tanta importância e o período era redu- zido; sem falar que as grandes mudanças sociais, como uma grande guerra onde os filhos jovens eram enviados para morrer em prol do país, gera- ram no mundo uma grande percepção de falência e desapego. Eram os pais se descolando emocio- nalmente dos filhos desde pequenos, para evi- tar sofrimento futuro quando a morte prematura fosse resultado do chamado da nação; eram os jovens sem apego à autoridade, uma vez que ela, no lugar de proteger sua vida, a exigia. Sim, as guerras mudaram dramaticamente a visão de uni- dade familiar e de importância da adolescência no Ocidente.
Características do eBook
Aqui estão algumas informações técnicas sobre este eBook:
- Autor(a): Fabiana Bertotti
- Tamanho: 1435 KB
- Nº de Páginas: 49
- Editora: Parole
Amostra Grátis do Livro
Faça a leitura online do livro Adolescentes: Razão e emoção com meu filho em formação., escrito por Fabiana Bertotti. Esse é um trecho gratuito disponibilizado pela Amazon, e não infringe os direitos do autor nem da editora.