A Janela Indiscreta de Alfred Hitchcock: Avatares da pulsão escópica na pintura e no cinema (YMAGO ensaios breves)
Por Victor I. Stoichita Em A Janela Indiscreta assiste-se a um espectáculo «puramente cinemático» da pulsão escópica. Neste filme de culto sobre o voyerismo, sobre os encantos e os logros do prazer visual, Alfred Hitchcock celebra o suspense e o enigma policial, mas também o aparato dos dispositivos e instrumentos ópticos, bem como a natureza psicológica e psíquica implicada no desejo de ver e olhar.
Ao convocar a janela de Alberti e a máquina fotográfica, ao articular o movimento das imagens e a tradição do «quadro» na pintura, ao lembrar as caixas perspécticas e os instrumentos estereoscópicos, e, ainda, ao implicar a tensão libidinal do olhar – tal como é enunciada por J. Lacan – a análise que Victor I. Stoichita desenvolve acerca do filme permite verificar, através das peripécias do seu enredo ficcional, da «investigação criminal» e do pathos dos protagonistas, a dinâmica fundamental existente entre estímulo visual, instrumentos ópticos e fruição erótica.
Prosseguindo uma formulação inquiridora, que lhe é intrínseca, o filme suscita os diferentes movimentos da imanência pulsional e desejante do olhar: a imobilidade do observador, a intenção subjectiva dos dispositivos e modos de ver e, por fim, a reacção emotiva diante daquilo que se vê ou se crê ver. Assim, esta sequência, que supõe a relação entre voyerismo, erotismo e crime, encontra um particular reflexo nos meios e nas imagens que desde a arte do Renascimento até às mais diversas expressões da cultura popular reiteram o sentido da pulsão escópica das intrigas visuais.
Se a lógica da imobilidade traduz a persistência do olhar, e a função dos instrumentos a acentuação do facto visível, cabe à imaginação potenciar o desejo e as emoções que se rebatem sobre os conflitos e os equívocos visuais. R. Magritte, H. Memling, E. Hopper, M. Duchamp ou Rekisen-tei-Eiri, traduzem essa constante da qual se impregna o imaginário e a tensão cinemática do filme, A Janela Indiscreta.
Ao convocar a janela de Alberti e a máquina fotográfica, ao articular o movimento das imagens e a tradição do «quadro» na pintura, ao lembrar as caixas perspécticas e os instrumentos estereoscópicos, e, ainda, ao implicar a tensão libidinal do olhar – tal como é enunciada por J. Lacan – a análise que Victor I. Stoichita desenvolve acerca do filme permite verificar, através das peripécias do seu enredo ficcional, da «investigação criminal» e do pathos dos protagonistas, a dinâmica fundamental existente entre estímulo visual, instrumentos ópticos e fruição erótica.
Prosseguindo uma formulação inquiridora, que lhe é intrínseca, o filme suscita os diferentes movimentos da imanência pulsional e desejante do olhar: a imobilidade do observador, a intenção subjectiva dos dispositivos e modos de ver e, por fim, a reacção emotiva diante daquilo que se vê ou se crê ver. Assim, esta sequência, que supõe a relação entre voyerismo, erotismo e crime, encontra um particular reflexo nos meios e nas imagens que desde a arte do Renascimento até às mais diversas expressões da cultura popular reiteram o sentido da pulsão escópica das intrigas visuais.
Se a lógica da imobilidade traduz a persistência do olhar, e a função dos instrumentos a acentuação do facto visível, cabe à imaginação potenciar o desejo e as emoções que se rebatem sobre os conflitos e os equívocos visuais. R. Magritte, H. Memling, E. Hopper, M. Duchamp ou Rekisen-tei-Eiri, traduzem essa constante da qual se impregna o imaginário e a tensão cinemática do filme, A Janela Indiscreta.
Características do eBook
Aqui estão algumas informações técnicas sobre este eBook:
- Autor(a): Victor I. Stoichita
- ASIN: B06Y4S5WFF
- Editora: KKYM
- Idioma: Português
- Tamanho: 8055 KB
- Nº de Páginas: 28
- Categoria: Arte, Cinema e Fotografia
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