A fundação do Acre:: uma história revisada da anexação
Por Eduardo Carneiro Este livro é uma tentativa de explicar o processo histórico que resultou na nacionalização do território que hoje compreende o Estado do Acre. O caráter revisionista dele tem a ver com a crítica que faz ao conteúdo epopeico da narrativa divulgada pela história oficial, que inventa um passado inaugural glorioso com o fim de despertar orgulho, otimismo e comunhão nos acrianos. Portanto, essa obra não tem qualquer compromisso em preservar as tradições, as políticas simbólicas e os abusos da história adotados pela elite acriana para sustentar a ideologia da acreanidade .
A revisão historiográfica defendida aqui foi pautada pela análise acurada das fontes, pela busca da veracidade dos fatos, e pelo estilo anticomemorativo e antiepisódico de escrita da história. Portanto, tem como objetivo produzir um conhecimento histórico mais sincero e honesto da formação histórica do Acre. Por isso, foi necessário abandonar completamente a “visão romântica” que explica a nacionalização do Acre em função da liderança de Plácido de Castro e do heroísmo e patriotismo supostamente manifestados por ele e por sua tropa nos eventos militares da chamada “Revolução Acriana”.
Defendo um ponto de vista multifocal para a análise da for-mação da fronteira sul ocidental da amazônia brasileira, uma espécie divisão tridimensional que leva em consideração três fases: a invasiva, a militar e a diplomática. Essas fases não são acontecimentos cronologicamente sequenciados no sentido de uma “evolução histórica”. A segunda fase não é a continuação da primeira, e a terceira não é a da segunda. Cada etapa é entendida como um “processo” diferenciado, com duração, espacialidade e ritmo próprios. No entanto, elas guardam certas relações de superposição, de simultaneidade e de influência mútua, que dificultam a percepção da singularidade de cada uma delas.
A duração da primeira é mais longa que a das outras duas fases, uma vez que a região continuou atraindo migrantes até o fim do surto da borracha (por volta de 1914, Cf. Carneiro, 2015). A duração da segunda fase também não coincide com a da terceira, uma vez que os conflitos armados entre peruanos e brasileiros continuaram, mesmo após a assinatura do Tratado de Petrópolis (1903). Já o início da terceira fase é anterior ao das duas primeiras, visto que as negociações sobre as fronteiras amazônicas iniciaram tão logo as independências do Brasil, Peru e da Bolívia foram proclamadas.
As três fases também se diferenciam no plano geográfico. A história da primeira não pode ser contada sem fazer referência aos Estados que hoje compõem o atual nordeste brasileiro, principal-mente o do Ceará, de onde a maior parte dos “primeiros acrianos” vieram. A história da segunda não pode deixar de mencionar Ma-naus, de onde a Questão Acriana foi fomentada e financiada. Já a história da terceira tem que fazer menção ao Rio de Janeiro, sede do Itamarati e então capital do Brasil, pois de lá é que os tratados internacionais e acordos para a aquisição legal do Acre foram planejados. Por conta desse enfoque “tridimensional”, cada fase é tratada em um capítulo à parte.
A revisão historiográfica defendida aqui foi pautada pela análise acurada das fontes, pela busca da veracidade dos fatos, e pelo estilo anticomemorativo e antiepisódico de escrita da história. Portanto, tem como objetivo produzir um conhecimento histórico mais sincero e honesto da formação histórica do Acre. Por isso, foi necessário abandonar completamente a “visão romântica” que explica a nacionalização do Acre em função da liderança de Plácido de Castro e do heroísmo e patriotismo supostamente manifestados por ele e por sua tropa nos eventos militares da chamada “Revolução Acriana”.
Defendo um ponto de vista multifocal para a análise da for-mação da fronteira sul ocidental da amazônia brasileira, uma espécie divisão tridimensional que leva em consideração três fases: a invasiva, a militar e a diplomática. Essas fases não são acontecimentos cronologicamente sequenciados no sentido de uma “evolução histórica”. A segunda fase não é a continuação da primeira, e a terceira não é a da segunda. Cada etapa é entendida como um “processo” diferenciado, com duração, espacialidade e ritmo próprios. No entanto, elas guardam certas relações de superposição, de simultaneidade e de influência mútua, que dificultam a percepção da singularidade de cada uma delas.
A duração da primeira é mais longa que a das outras duas fases, uma vez que a região continuou atraindo migrantes até o fim do surto da borracha (por volta de 1914, Cf. Carneiro, 2015). A duração da segunda fase também não coincide com a da terceira, uma vez que os conflitos armados entre peruanos e brasileiros continuaram, mesmo após a assinatura do Tratado de Petrópolis (1903). Já o início da terceira fase é anterior ao das duas primeiras, visto que as negociações sobre as fronteiras amazônicas iniciaram tão logo as independências do Brasil, Peru e da Bolívia foram proclamadas.
As três fases também se diferenciam no plano geográfico. A história da primeira não pode ser contada sem fazer referência aos Estados que hoje compõem o atual nordeste brasileiro, principal-mente o do Ceará, de onde a maior parte dos “primeiros acrianos” vieram. A história da segunda não pode deixar de mencionar Ma-naus, de onde a Questão Acriana foi fomentada e financiada. Já a história da terceira tem que fazer menção ao Rio de Janeiro, sede do Itamarati e então capital do Brasil, pois de lá é que os tratados internacionais e acordos para a aquisição legal do Acre foram planejados. Por conta desse enfoque “tridimensional”, cada fase é tratada em um capítulo à parte.
Características do eBook
Aqui estão algumas informações técnicas sobre este eBook:
- Autor(a): Eduardo Carneiro
- ASIN: B0153IV3FO
- Editora: EAC editor
- Idioma: Português
- Tamanho: 3036 KB
- Nº de Páginas: 164
- Categoria: História
Amostra Grátis do Livro
Faça a leitura online do livro A fundação do Acre:: uma história revisada da anexação, escrito por Eduardo Carneiro. Esse é um trecho gratuito disponibilizado pela Amazon, e não infringe os direitos do autor nem da editora.