A Essência Mais Pura: Do que o amor se alimenta? (Trilogia Ressignificar Livro 2)

Relembro a noite furtiva que me fez sentir explodir por dentro uma excitação frenética sobre uma conotação inteiramente nova. Fui levada pelo arroubo sensorial que me fez desejar com ardor fundir-me a quem provocava o que eu sentia. A curiosidade de desmistificar o precário saber em relação ao que eu experimentava me incitava com profundidade, me entregava ainda mais na tentativa de efetivamente entrar em contato com a natureza do que ali me era apresentado. Fiz isso buscando entender o que se passava internamente… compreender o que me levava a fechar os olhos me entorpecendo com o que era provocado em meu íntimo. Senti uma necessidade absurda de aprender um mundo, do qual, até então eu desconhecia totalmente a existência. Desejei viver naquela realidade mesmo tendo consciência de que ela era o avesso de tudo o que eu tinha como dogma pessoal. Não queria resistir, não tinha forças para resistir. Por vezes me vi à deriva, tentando prender-me às referências inconscientemente arquivadas, sobre como eu achava que era certo viver, sobre como tinham me ensinado que era o correto viver. Atordoada entre o clímax e lapsos de consciência, tentei reter a lucidez que perdi para o calor aflorado pelo frenesi que arrebatava o meu raciocínio e tinha o poder de exponenciar minha capacidade de sentir. E mesmo hoje, ao relembrar, uma avassaladora correnteza de êxtase ainda inunda meu ser, enquanto eu revivo em minha mente os vestígios dos momentos que nem ao menos imaginava que existia para experienciar.