Vivendo o Momento Presente: Conciliando Princípios Cristãos com a Psicologia Neocognitiva

O Professor Alexandre, um contínuo buscador de ajuda para melhor compreender-se e compreender, nesta inalienável jornada, no seguimento de Jesus Cristo, deu de cara com a Teoria Neocognitiva. Identificou-se com ela, hauriu-lhe os princípios, e tem vivenciado, com sucesso, seus postulados, na concretude de todos os seus dias.
O livro, que ora o introduz no mundo dos multiplicadores de ideias, é testemunho de que harmonizar trabalho, vida familiar, vida de oração, vida fraterna, num mundo onde a pressa parece se impor, não só é possível, mas pode ser encontrado com técnicas simples e ao alcance de qualquer pessoa de boa vontade, lembrando a palavra de Jesus: “sede simples como as pombas e prudente como as serpentes” (Mt 10,16).
Fazendo abordagens nas várias temáticas do dia-a-dia, o leitor é convidado a mergulhar nas dimensões do matrimônio, do relacionamento de pais e filhos, do mundo do trabalho, da comunidade eclesial e da interioridade, numa linguagem singela e com exemplos da vida do próprio autor, o que transmite seriedade e dá um tom de que não se trata de mais uma obra teórica.
Amparado na doutrina da Igreja, Francisco Alexandre inicia sua obra com uma reflexão de Jesus Cristo: “Não vos preocupeis com o dia de amanhã, pois ele terá suas próprias preocupações” (Mt 6,34). O ontem já passou, o futuro está por vir. Mas o hoje é construção, é agora, é prioridade que se impõe e não adianta querer pensar diferente. O ontem e o amanhã vão se encontrar, indefectivelmente, no hoje.
Assim, o pensamento, vitalizado pela consciência, é o anfitrião-mor, conforme escreve o autor: “A maneira como vivenciamos a realidade é fruto do nosso pensamento […] Tomando posse deste primeiro princípio, você vai perceber, em primeiro lugar, que você está no controle, que você é capaz de modificar a sua vida, a partir de uma mudança interior.” (o grifo é meu).
Ser cristão é renascer, é converter-se, é transformar tristezas e limitações em alegria e construção, na vida e não apenas entusiasmo efêmero, durante celebrações e rituais religiosos. A felicidade da ressurreição não permite que o cristão estabilize sua vida na tristeza, na miséria, no sofrimento, na angústia e depressão. Deus é, essencialmente, amor. São Francisco de Sales afirmava que “um santo triste é um triste santo”.
Muitos cristãos, católicos, religiosos parecem ter uma fé ardorosa, mas uma vida pálida, sem gosto e até sem sentido. No entanto, todos nós somos capazes de viver em equilíbrio. É uma opção que está ao alcance de toda e qualquer pessoa, no conhecimento da razão e na sabedoria da fé, tendo como Princípio e Fim Jesus Cristo, pois nEle sempre seremos novas criaturas: ‘amor rico de inteligência e a inteligência cheia de amor’.