Viagem a Pindorama: Volume I

O Império vive às turras com a Germânia, numa antiga discussão sobre sacas de açúcar e roubo de sementes de seringueira. A guerra parece iminente.

Mas nem tudo é sombrio: os fabulosos engenheiros da “Indústria Imperial de Dispositivos Eletrônicos a Vácuo” conseguiram fabricar válvulas termoiônicas acessíveis o suficiente para que os entusiastas construam seus próprios “transcomunicadores”, aparelhos fantásticos que prometem levar as comunicações a distâncias inimagináveis, usando uma teoria desenvolvida pelo Padre Roberto de Moura. É claro que isso tira o sono do Governo, preocupado com o livre fluxo de ideias e conversas… “coisas subversivas”.

É nesse período efervescente que conhecemos Túlio: um jovem ouro-pretano, filho de pai militar, que no último dia de aula antes das sonhadas férias escolares se vê convocado para uma expedição ao coração da Floresta Amazônica. E o que é mais impressionante: na companhia de uma índia, uma etnia que ele achava não existir mais desde a época da Guerra do Desbravamento…

O que haverá de tão importante no interior da selva? E por que o governo quer acompanhar a expedição tão de perto? Seu pai estará metido nisso? E essa índia, essa Airu? Que segredos escondem seus olhos negros e amendoados? O que haverá na valise do Professor José Antônio, para que o homem nunca se desgrude dela?

“Viagem a Pindorama” é uma história de aventura, mas também de amizade, crescimento e decepções, num mundo onde dirigíveis atravessam o Atlântico e o governo controla com mão de ferro as comunicações e a propaganda. Onde o “jeitinho brasileiro” se aplica ao dia-a-dia e alguém sempre tenta levar vantagem. Ou seja: onde nem tudo é tão diferente assim.