Vendem–se conselhos para filhos aventureiros: Bagagem interior

Existem muitos livros por aí que servem de guia de comportamentos, viagens, acampamentos, ajuda profissional, auto-ajuda etc. Não quero e não pretendo que este livro tenha esta finalidade.
Antes, almejo falar de minha própria experiência como filho aventureiro e sobre as descobertas ao de sair de casa e partir em direção ao meu destino e sonhos. Falarei também sobre como é desfazer deste cordão umbilical familiar, que por comodidade ou superproteção, nos impede de realizar todo o nosso potencial como indivíduos e cidadãos.
Hoje, na condição de pai, procuro cuidar para não cair no erro de aceitar esta faceta paterna superprotetora e essa ideia equivocada de prover todas as demandas modernas que a condição de pai nos impõe.
Em algumas ocasiões dizer um “não” ao seu filho é considerado pecado ou até mesmo traumático. Negá-lo aquele celular de última geração é atentar contra a autoestima do seu rebento. Este livro está então na contramão dos que esperam este tipo de afago. Pois aqui e nas próximas páginas, vocês verão que iremos andando até o alto da montanha e não de teleférico como mostra a propaganda bonita na televisão. A vida não é aquele saquinho de batatas fritas que você come, bebendo refrigerante o sofá enquanto assiste à sua série predileta. Se você acredita nisso, nisso, corre o risco de enfartar aos trinta anos de idade, sem saber ligar a máquina de lavar quando sua mãe for visitar sua vó no interior. Mas se ao contrário disso, você está disposto a fazer uma viagem, se mudar para capital, para outro país, por motivos profissionais ou não, ou até mesmo se está disposto a tentar a sorte em outro lugar, vai estudar, trabalhar ou somente sair de casa porque já não aguenta mais as pessoas lhe dizerem que já está bem grandinho, que tem que “correr atrás” do seu futuro (isso acontece em todos os tipos família), então tenho certeza de que seu dinheiro foi bem investido neste livro. Afinal, como diz um velho ditado “Se conselho fosse bom ninguém dava, vendia. ”, eu lhe vendo estes …faça bom proveito!