Uma crônica sem sentido e vagabunda, a origem da ética e outros devaneios

Por Luiz Duboc
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Crônicas vagabundas com sentido do sem sentido, ou não teria nenhum sentido escrever, pra que escrever, então?

Religião é dogma covarde acima de qualquer suspeita de contexto, como todo dogma: para dar um exemplo maldito.
Isso de não deixar a verdade dormir em paz, essa vontade insone é o que liga arte com filosofia com ciência.
Dar a conhecer, revelar a verdade embaixo da usada máscara das usadas aparências que cobrem as usadas realidades.
Desvelar para alcançar um conhecimento mais autêntico da natureza humana.
O modo de pensar e agir durante o processo de desmascaramento é a diferença.

Não sei como os outros escritores se sentem, não sou nenhum deles. Talvez possa saber como um pessoa se sente sem ser esta pessoa. Mas um escritor, não sei.
A única coisa que possa ter parecido com outro escritor é a solidão. Estar sozinho consigo mesmo. Paro aí.
Daí em diante sigo só comigo ao falar de escutando uma voz pensando. Falo voz, não me vem outra palavra para isto. Voz sem eco, não bate e volta, não se repete: vai-se, só a escuto uma vez. E nem há nenhum orgulho nem nenhuma vaidade nisto.
Sinto e sei em seguida que quando eu escrevo sou uma ilha flutuante de lixo abandonada. Perdida. Até desesperada. Não descontrolada. Posso não saber onde vou, para onde estou indo, se vou chegar onde seja. Mas sei que quero ou pretendo chegar, e a esperança não tem absolutamente nada com isto. A palavra mais perto que me vem é vontade. Um pensamento de vontade para um sentimento da vontade, mas piorei, mais realista, objetivo e honesto ficar só com a vontade.
Se consigo acertar as palavras e se consigo um página honesta, uma ilha voadora.
Não sei e não consigo imaginar o tamanho desta ilha (é um ilha?).
É uma solidão sozinha consigo mesma, em si mesma, alimentando-se de um egoísmo solitário por si mesmo.
Que queria me dizer, que foi que me disse, que foi que escutei, que foi que escrevi?
Queria falar que não sei o que outro escritor sente, falar da solidão, da voz pensante, da ilha flutuante de lixo, do egoísmo.
E, agora, da garimpagem, como é garimpar, sem esperança de encontrar algum veio, se vai garimpando.
E, agora, da escalada de um vulcão, vulcão no sentido de um vulcão não da grandiosidade do vulcão, não da grandeza de escalar o vulcão. Porque não há saída, é simples assim, como também é simples não escrever. Escrever ou não escrever não é a mesma coisa do que ser ou não ser. Escrever ou não escrever é escrever.
A ilha já se moveu com seu lixo. A voz já se foi. E eu ali com minha picareta ao pé do vulcão, me dando por feliz porque ainda tenho uma picareta.

Características do eBook

Aqui estão algumas informações técnicas sobre este eBook:

  • Autor(a): Luiz Duboc
  • ASIN: B088LZ5SL2
  • Editora: zrosa co.
  • Idioma: Português
  • Tamanho: 1181 KB
  • Nº de Páginas: 165
  • Categoria: Contos

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