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Como seria viver sozinho? Ter o mundo inteiro apenas para si mesmo? Deve ser divertido saquear lojas, ter tudo que quiser na hora que quiser, não precisar enfrentar lugares lotados, escolher onde quer morar… Ah, viver sozinho parece incrível. Bom, apenas parece. Porque, quando a solidão finalmente bate, todas essas coisas incríveis se tonam monótonas.

Ezequiel era quem mais sabia sobre isso. Ele viveu por cinco longos anos completamente sozinho, acreditando ser o último ser vivo de todo o planeta. Tudo que ele mais queria era encontrar uma única pessoa. Não aguentava mais viver a mesma rotina de sempre, se remoendo pelo pouco que se lembrava de seu passado. Precisava de alguém para conversar, rir, chorar, amar…

E Carol apareceu no momento exato. Ela era pra ser a salvação dele. Deveria tirá-lo de sua tristeza profunda. Mas como? A garota era maluca. Ela não queria que as outras pessoas reaparecessem. Não queria ter que dividir o mundo com outros sete bilhões de humanos outra vez. Estava bem daquele jeito. O que deixava Ezequiel irritado. Ele não conseguia entender a ideia da garota. E, o pior de tudo, ela conhecia o rapaz de algum lugar, mas se recusava a contar para ele, forçando-o a se lembrar de onde.

Se ele não tinha enlouquecido psicologicamente por causa dos cinco anos sozinho, será que enlouqueceria por causa de alguns dias com a garota?