Tomasa (Auteur Paris Ezequiel Bianco En Langue Portugaise)
Por Edições Bp
Como sempre, a tarde em Buenos Aires foi úmida e pesada. Como todas as tardes úmidas da história. Que eram todos de Buenos Aires. As vezes. Penso tanto na humidade que a repito. Frase após frase…
Eu tinha casado recentemente. Ainda não sei se fiz certo. Sinto que não estou pronto para responsabilidades. Ontem me chamaram de menina Tomasa. Hoje eles me chamam de Sra. O que mudou em mim Acho que ter conhecido meu marido não mudou nada. Eu ainda tenho dezesseis anos. Ainda sinto falta dos conselhos do meu pai. As bonecas de pano. As paisagens da minha amada província. Agora que sou uma Lady. Eu tenho que fazer grandes coisas. Mas… O que as Senhoras fazem? O que as mulheres grandes fazem? A única coisa que gostei foi da festa de casamento. O vestido. As testemunhas. O banquete. As pessoas que vieram foram impressionantes. A maioria dos conhecidos do pai. Alguns de mim agora marido. De fato. Agora que penso nisso, eu não conhecia ninguém. Nem uma única pessoa. Mas isso não me deixa triste. O oposto. Isso não me fez sentir vergonha de ser a estrela da festa. Aquele que estava mais bem vestido. A namorada. A menina virgem que foi entregue ao famoso político. A promessa do território. Aquele que iria mudar as coisas de uma vez por todas. Que monte de coisas estúpidas eles disseram. Ele era um homem comum. Muito nojento tinha descoberto recentemente. Infelizmente, tarde demais para avisar meu pai para não aceitar sua proposta. Igual. Eu não acho que ele teria dado importância às minhas palavras. Aos meus desejos. Ao que sinto como mulher. Seria uma anedota engraçada para ele. Apenas o dia em que sua filha teve mais um capricho. Ele era um homem muito duro para entender as mulheres. Ele tinha visto muita morte no campo de batalha e até mesmo em casa também. Minha mãe partiu muito antes do tempo. Ele era um homem duro e solitário. Como eu gostaria de dizer o mesmo para o meu marido. Em contraste, eu tinha que ser a esposa de um político decadente de baixo escalão que pensava mais em sua carreira política do que em sua esposa. Ele voltou a qualquer momento. Sempre com cheiro de bebida barata. Não ficou claro para ele se realmente permaneceu nas reuniões que contava ou se era tudo uma grande mentira. E ele era apenas um vagabundo perdendo seu tempo e dinheiro naqueles bares. Além disso, seu cheiro de peixe era insuportável. Seu escritório tinha que ser tão perto do porto? O que eu gostei da minha nova vida é ter um criado à minha disposição. Passei de ter que obedecer meu pai em tudo que ele me dizia. Ter que obedecer ao meu marido o pouco tempo que ele passava comigo. O resto do dia e das noites ela passava sozinha. Era a dona da casa. A dona de casa. A empregada estava sob meu comando. Eu poderia dizer a eles o que lavar. Quando lavar. Quais cortinas você queria colocar no quarto? Que lençóis colocar na minha cama e eu poderia até escolher que roupa usar todos os dias. Essa era a única coisa que eu gostava na minha vida de casada. Porque havia outras coisas que não estavam funcionando perfeitamente. Não é que meu marido não fosse viril. O oposto. Toda vez que eu queria, ele vinha e me dizia o que eu tinha que fazer. E foi muitas vezes pelo caminho. O problema que embora ele fosse viril. Sua masculinidade não era muito grande. E digo isso para ser gentil. Na verdade, em homenagem à verdade. Sua masculinidade era minúscula. Ele não foi capaz de me fazer nem suspirar. Por sorte, a criada de papai havia me ensinado a arte de fazer um marido se conformar. Ao custo de tardes inteiras me fazendo corar terrivelmente. Eles me ensinaram a fingir. Gritar. Agradecer. Até chorando de emoção de tão feliz que eu estava porque ele me fazia sentir mulher. Toda uma série de embustes que as senhoras usavam para fazer seus maridos se sentirem o homem da casa e saírem sem incomodá-los.
Eu tinha casado recentemente. Ainda não sei se fiz certo. Sinto que não estou pronto para responsabilidades. Ontem me chamaram de menina Tomasa. Hoje eles me chamam de Sra. O que mudou em mim Acho que ter conhecido meu marido não mudou nada. Eu ainda tenho dezesseis anos. Ainda sinto falta dos conselhos do meu pai. As bonecas de pano. As paisagens da minha amada província. Agora que sou uma Lady. Eu tenho que fazer grandes coisas. Mas… O que as Senhoras fazem? O que as mulheres grandes fazem? A única coisa que gostei foi da festa de casamento. O vestido. As testemunhas. O banquete. As pessoas que vieram foram impressionantes. A maioria dos conhecidos do pai. Alguns de mim agora marido. De fato. Agora que penso nisso, eu não conhecia ninguém. Nem uma única pessoa. Mas isso não me deixa triste. O oposto. Isso não me fez sentir vergonha de ser a estrela da festa. Aquele que estava mais bem vestido. A namorada. A menina virgem que foi entregue ao famoso político. A promessa do território. Aquele que iria mudar as coisas de uma vez por todas. Que monte de coisas estúpidas eles disseram. Ele era um homem comum. Muito nojento tinha descoberto recentemente. Infelizmente, tarde demais para avisar meu pai para não aceitar sua proposta. Igual. Eu não acho que ele teria dado importância às minhas palavras. Aos meus desejos. Ao que sinto como mulher. Seria uma anedota engraçada para ele. Apenas o dia em que sua filha teve mais um capricho. Ele era um homem muito duro para entender as mulheres. Ele tinha visto muita morte no campo de batalha e até mesmo em casa também. Minha mãe partiu muito antes do tempo. Ele era um homem duro e solitário. Como eu gostaria de dizer o mesmo para o meu marido. Em contraste, eu tinha que ser a esposa de um político decadente de baixo escalão que pensava mais em sua carreira política do que em sua esposa. Ele voltou a qualquer momento. Sempre com cheiro de bebida barata. Não ficou claro para ele se realmente permaneceu nas reuniões que contava ou se era tudo uma grande mentira. E ele era apenas um vagabundo perdendo seu tempo e dinheiro naqueles bares. Além disso, seu cheiro de peixe era insuportável. Seu escritório tinha que ser tão perto do porto? O que eu gostei da minha nova vida é ter um criado à minha disposição. Passei de ter que obedecer meu pai em tudo que ele me dizia. Ter que obedecer ao meu marido o pouco tempo que ele passava comigo. O resto do dia e das noites ela passava sozinha. Era a dona da casa. A dona de casa. A empregada estava sob meu comando. Eu poderia dizer a eles o que lavar. Quando lavar. Quais cortinas você queria colocar no quarto? Que lençóis colocar na minha cama e eu poderia até escolher que roupa usar todos os dias. Essa era a única coisa que eu gostava na minha vida de casada. Porque havia outras coisas que não estavam funcionando perfeitamente. Não é que meu marido não fosse viril. O oposto. Toda vez que eu queria, ele vinha e me dizia o que eu tinha que fazer. E foi muitas vezes pelo caminho. O problema que embora ele fosse viril. Sua masculinidade não era muito grande. E digo isso para ser gentil. Na verdade, em homenagem à verdade. Sua masculinidade era minúscula. Ele não foi capaz de me fazer nem suspirar. Por sorte, a criada de papai havia me ensinado a arte de fazer um marido se conformar. Ao custo de tardes inteiras me fazendo corar terrivelmente. Eles me ensinaram a fingir. Gritar. Agradecer. Até chorando de emoção de tão feliz que eu estava porque ele me fazia sentir mulher. Toda uma série de embustes que as senhoras usavam para fazer seus maridos se sentirem o homem da casa e saírem sem incomodá-los.
Características do eBook
- Autor(a): Edições BP
- ASIN: B0CGVPSDQK
- Idioma: Português
- Tamanho: 1089 KB
- Nº de Páginas: 196
- Categoria: Fantasia, Horror e Ficção Científica
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