The Summer Next Door

A mente de Asher Moore parecia um cemitério congelado em meio ao carnaval de pensamentos: mórbidos, acelerados, caóticos. Sempre voando de seu cérebro ao papel, palavras tão pessoais e confusas que muitos o chamariam de louco e poderiam mandar ser internado -mesmo que já quase tenha sido. Não que ele fosse louco -se é que alguém é louco em um ponto de vista geral-, estava apenas depressivo.

Para Asher a depressão era como um lago no canto mais escuro de uma floresta negra, quanto mais perdido em meio a floresta você se encontra, mais próximo do lago, e quando chega até ele está tão cansado, sujo e perdido que resolve entrar, mas a floresta faz com que você se esqueça como nadar. É fundo demais, tão fundo que não é possível enxergar o chão, tão escuro que não se vê a lua, tão frio que congela seu corpo, e você se afoga. Ele havia se afogado, porém alguém o resgatou antes que o corpo se perdesse em sua escuridão eterna.

Essa é a história do verão que Asher passou com seus avós em Wake Forest ao invés de ir com os pais para os Hamptons, a história de quando seu corpo voltou a sentir o calor, mas não do sol, e sim o calor dela: a garota da porta ao lado, dona dos olhos castanhos como lenha queimando no fogo, lábios vermelhos como sangue que corria em suas veias, toque gelado que aquecia sua pele. Seu nome era Summer, e ela odiava o verão.