A civilização tecnocientífica é o nosso destino como humanidade. Seus feitos, realizações, aspirações e perigos são verdadeiramente espantosos; às vezes soam como milagres, outras como catástrofes. É uma civilização angustiante na qual encontram-se contradições por todos os lados. Suas promessas são muitas, seus riscos são talvez ainda maiores.
A tecnociência contemporânea, através da engenharia genética, da nanotecnologia, da cibernética, das redes sócio-informacionais, para ficar com alguns exemplos mais evidentes, está mudando para sempre o modo como a humanidade até então se autocompreendia no interior da evolução biocósmica. Depois de sair do centro do universo, graças à revolução copernicana, depois de ter perdido para sempre sua ascendência divina de acordo com a teoria da evolução das espécies de Darwin, depois ainda de ter acordado de seu sono inconsciente com a teoria da mente de Freud, a humanidade defronta-se agora com um novo e angustiante desafio, uma profunda transformação antropológica e uma nova autoconsciência: agora não se trata apenas imitar, controlar, extrair forças produtivas do conjunto da phisys existente, mas também e mais radicalmente de transformar, inventar e criar novas formas de vida.
De fato, o que está em questão é de grande importância e extraordinária complexidade. A tarefa dos ensaios aqui reunidos, evidentemente, não é conclusiva, mas construtiva: trata-se de apontar, argumentar, abrir linhas de reflexão e pesquisa que nos permitam aproximar em alguma medida do problema em questão. A ambição é exploratória mais que explanatória: os textos dialogam entre si e se intercruzam em vários momentos e por fim se articulam e complementam na busca de uma compreensão dos efeitos e implicações subjetivos, sociais e antropológicos da atual revolução tecnocientífica. Eles se defrontam, buscam, farejam principalmente os potenciais e desafios teóricos políticos, estéticos e éticos orientados para formas de vida republicanas no horizonte deste novo patamar civilizatório cuja determinação essencial consiste na capacidade de o imaginário humano criar novas formas de vida, institucionais, sociais, artificiais, naturais, e, finalmente, humanas.
Os textos e artigos aqui apresentados, deste modo, articulam o mesmo campo problemático e surgiram de desafios teóricos colocados por congressos, seminários, palestras, pesquisas nos quais o autor esteve convocado a pensar.
O texto Transumanismo e nanotecnologia molecular é um ensaio que tem como objetivo discutir as possibilidades e os limites do “pós-humano”. É, sem dúvida, um escrito tateante, uma tentativa forçada de se situar neste novo horizonte auto-engendrado por uma tecnologia cada vez mais pervasiva e manipulante das estruturas básicas da vida. Ainda que tateante, o texto aponta para duas verdades cruciais. Primeiramente, nossa época não pode ser reconhecida sem a consideração da revolução tecnocientífica e, em segundo lugar, que a técnica constitui a essência da condição humana.
Este pequeno livro é, assim, mais que tudo, uma tentativa de leitura, desde uma perspectiva transdisciplinar, de nosso tempo e nossa realidade histórica, existencial, política e social, determinada inequivocamente pela pesquisa e pelo desenvolvimento tecnocientífico.
A tecnociência contemporânea, através da engenharia genética, da nanotecnologia, da cibernética, das redes sócio-informacionais, para ficar com alguns exemplos mais evidentes, está mudando para sempre o modo como a humanidade até então se autocompreendia no interior da evolução biocósmica. Depois de sair do centro do universo, graças à revolução copernicana, depois de ter perdido para sempre sua ascendência divina de acordo com a teoria da evolução das espécies de Darwin, depois ainda de ter acordado de seu sono inconsciente com a teoria da mente de Freud, a humanidade defronta-se agora com um novo e angustiante desafio, uma profunda transformação antropológica e uma nova autoconsciência: agora não se trata apenas imitar, controlar, extrair forças produtivas do conjunto da phisys existente, mas também e mais radicalmente de transformar, inventar e criar novas formas de vida.
De fato, o que está em questão é de grande importância e extraordinária complexidade. A tarefa dos ensaios aqui reunidos, evidentemente, não é conclusiva, mas construtiva: trata-se de apontar, argumentar, abrir linhas de reflexão e pesquisa que nos permitam aproximar em alguma medida do problema em questão. A ambição é exploratória mais que explanatória: os textos dialogam entre si e se intercruzam em vários momentos e por fim se articulam e complementam na busca de uma compreensão dos efeitos e implicações subjetivos, sociais e antropológicos da atual revolução tecnocientífica. Eles se defrontam, buscam, farejam principalmente os potenciais e desafios teóricos políticos, estéticos e éticos orientados para formas de vida republicanas no horizonte deste novo patamar civilizatório cuja determinação essencial consiste na capacidade de o imaginário humano criar novas formas de vida, institucionais, sociais, artificiais, naturais, e, finalmente, humanas.
Os textos e artigos aqui apresentados, deste modo, articulam o mesmo campo problemático e surgiram de desafios teóricos colocados por congressos, seminários, palestras, pesquisas nos quais o autor esteve convocado a pensar.
O texto Transumanismo e nanotecnologia molecular é um ensaio que tem como objetivo discutir as possibilidades e os limites do “pós-humano”. É, sem dúvida, um escrito tateante, uma tentativa forçada de se situar neste novo horizonte auto-engendrado por uma tecnologia cada vez mais pervasiva e manipulante das estruturas básicas da vida. Ainda que tateante, o texto aponta para duas verdades cruciais. Primeiramente, nossa época não pode ser reconhecida sem a consideração da revolução tecnocientífica e, em segundo lugar, que a técnica constitui a essência da condição humana.
Este pequeno livro é, assim, mais que tudo, uma tentativa de leitura, desde uma perspectiva transdisciplinar, de nosso tempo e nossa realidade histórica, existencial, política e social, determinada inequivocamente pela pesquisa e pelo desenvolvimento tecnocientífico.
Características do eBook
Aqui estão algumas informações técnicas sobre este eBook:
- Autor(a): Celso Candido Azambuja
- Tamanho: 348 KB
- Nº de Páginas: 150
- Editora: Nova Harmonia
- Categoria: Filosofia
Amostra Grátis do Livro
Faça a leitura online do livro Tecnociência, ética e poder, escrito por Celso Candido Azambuja. Esse é um trecho gratuito disponibilizado pela Amazon, e não infringe os direitos do autor nem da editora.