Subterfúgio: Romance

Integrantes de uma extinta banda de rock, famosa no cenário alternativo do país, reencontram-se em uma misteriosa festa, após um longo, incômodo e até então inexplicável período de afastamento.

Os motivos, tanto da festa quanto da separação do jovem grupo (ocorrida bem no auge do sucesso), vão sendo apresentados aos poucos, na forma de fatos temporalmente diluídos em uma trama instigante e sob um prisma do tipo “efeito dominó”, onde o ato de um personagem pode gerar uma longínqua lembrança ou mesmo apenas uma frase dita em determinado momento pode sugerir, e quem sabe até mesmo explicar, tanto o futuro quanto o passado.

Aliás, neste livro a única coisa incerta parece ser mesmo o presente; o agora.

Mas como saber se determinado acontecimento/passagem representa o futuro ou o passado? Qual será o tempo do ocorrido? E quanto tempo terá decorrido (avançado, retrocedido)? Quando tudo termina? Ou, principalmente… Onde tudo começou?

Bem no meio deste emaranhado de interrogações… Uma intrigante história de amor se desenvolve; um efusivo Romance. Complexo, perplexo, convexo.

Todas as passagens desta intemporal obra estão interligadas por uma quase invisível linha, que costura os anos e os acontecimentos de forma sutil, coloidal, dando margens a suposições e, em determinados momentos, até mesmo distanciando o leitor da trama principal para, sorrateiramente, propiciar aos próprios personagens do livro um contato mais… Íntimo.

Isto tudo fará você, leitor, sentir-se como um simples remendo. Um mero pedaço de pano, servindo de álibi para a inacreditável agulha que certamente lhe surpreenderá no costurar desta história, espetando-lhe sempre que você teimar em acreditar que estará a decifrá-la, a cada virada de página!

Quem é o/a protagonista? E o/a antagonista? O/a mocinho/a? Quem será inocente? Qual será o/a culpado/a? Acidente? Suicídio? Assassinato? Amor? Paixão? Ingenuidade? Traição…?

Somente o Tempo, e o seu avançar (retroceder?) pela história, poderão elucidar estes — e todos os demais — questionamentos contidos nas entrelinhas desta instigante obra.

Afinal, não serão justamente elas — as perguntas — as cruciais ferramentas para o real entendimento dos motivos, escolhas, palavras e silêncios que, na grande maioria das vezes, ocultam-se nas respostas?

Bem… Isto foi apenas uma digressão. Boa leitura e… Subterfugie-se!

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ENREDO INOVADOR:

Os fatos vão sendo apresentados aos poucos, temporalmente diluídos em uma trama que se divide inicialmente em duas partes: o futuro e o passado. Embora sempre seja o Presente (tempo da narrativa). Os acontecimentos vão se alternando, em cada capítulo, entre estes dois tempos, que correm e se desenvolvem paralelamente, sempre avançando temporalmente, contrapondo a trama da história. Até que, a partir do capítulo X, um outro tempo é acrescentado à história do livro (um passado mais remoto que o anterior) passando cada capítulo então a desenvolver três diferentes momentos da trama.
Sempre alternando a ordem de apresentação em cada capítulo, os três “pedaços temporais” vão avançando, assim como as ligações entre eles (e as personagens) vão ficando exponencialmente mais próximas.
A partir do capítulo XX, os saltos temporais do livro, parecendo possuir algum tipo de significado na trama, tornam-se cada vez mais rápidos, remodelando a narrativa, trazendo questionamentos do tipo “onde tudo começa?” (ou começou, começará); da mesma forma que a dúvida quanto a onde (ou quando) tudo acaba/acabou (ou mesmo se acabará)…
Num ritmo crescente, chega-se ao capítulo XXX, onde os três tempos começam a se encaixar e, atingindo a linearidade, a trama também parece iniciar um processo de autodestruição, pois o “Passado Remoto” emenda-se ao “Passado Recente”, e este se junta dinamicamente ao “Futuro”, transformando tudo em um “Pseudo-Presente”.
Assustadoramente diferente do imaginado no início da leitura…

SUBTERFÚGIO – Um Romance complexo, perplexo; convexo.