Seu Bartolomeu do futuro

Pedro Duarte nos traz um pouco da vida desse senhor, seu Bartolomeu, que, no futuro, decide sair para caminhar um pouco, quem sabe comprar alguma coisinha, relaxar, e voltar para casa. Entre uma coisa (sair) e outra (voltar para casa) imprevistos acontecem. E o autor aproveita para falar sobre a sociedade, sobre o ato de escrever e, como sua marca registrada, sem se levar a sério demais — por sinal, talvez até critique quem se leva muito a sério.

* * * *

Existem muitos estilos narrativos na tradição literária brasileira. Há, por exemplo, o narrador ferino, quase ranzinza, que não é indignado porque jamais perde a compostura, embora se confunda um pouco. Pense em Machado de Assis. Há também o narrador debochado, meio lelé talvez, aquele que explica para confundir e confunde para explicar. Pense em Campos de Carvalho. Há ainda o narrador amigão, a manifestação literária do companheiro de bar, por vezes um desconhecido bom de papo que senta a seu lado no ônibus ou na sala de espera e arranca algumas risadas com suas histórias. Pense em Luis Fernando Verissimo.

A vantagem de haver tantas personas narradoras em nossa literatura é que vez ou outra eles se misturam, gerando figuras raras, como o narrador ranzinzamente debochado e bom de papo criado por Pedro Duarte neste conto, “Seu Bartolomeu do Futuro”. Narrado como uma espécie de crônica sociológica surrealista, o leitor é apresentado ao mundo tecnoencantado de um sujeito que vai descobrir que a tecnologia surgiu para solucionar problemas que não havia antes da tecnologia. Quanto a outros tipos de problemas, aqueles demasiadamente humanos, como toda ficção científica, “Seu Bartolomeu do futuro” nos faz lembrar de que o futuro da gente é agora. — Breno Fernandes, escritor.

* * * *

**ATENÇÃO**

Todas as pessoas envolvidas nesse projeto doaram seu tempo e conhecimento para ajudar o Hospital Martagão Gesteira, instituição filantrópica atende crianças e adolescentes há mais de 50 anos no estado da Bahia.

Quem comprou esse ebook em 2020, ajudou também o Martagão (e se divertiu um pouco!). Toda a renda fruto deste texto, durante o ano de 2020, foi destinada ao hospital: seja uma compra direta ou leitura para quem assina o Kindle Unlimited. O autor prestou contras sobre o valor arrecadado em suas redes sociais.

****

AUTOR:
Pedro Duarte é escritor e jornalista de Salvador. Escreveu o “Gastaria Tudo com Pizza” (Pipoca & Nanquim, 2019) e os infantojuvenis “Tony Moon: a vida acontece!” (Bacanudo, 2015) e “Tony Moon: está tudo fora de controle, cara!” (Leya, 2016). Como jornalista, é editor-chefe no Jovem Nerd. Também apresenta e produz o podcast “THIS IS BRAZIL”.

CAPA:
Giovanna Cianelli é artista visual, vive entre São Paulo e Rio de Janeiro, atende principalmente ao mercado editorial ilustrando livros e capas, já atendeu Editora Abril, Aleph, Companhia das Letras, TAG, Antofágica e Folha de São Paulo. Psicodelia, cultura pop e contracultura são temas recorrentes em seu trabalho. Em 2019, ganhou ouro no Latin American Design Awards na categoria editorial.