Sessenta: memórias, reflexões e tal

Autointitulada menina, apesar de já estar na fase chamada melhor idade, seu projeto de vida sempre foi singelo, e incluía registrar alguns fragmentos de sua existência.
De origem simples, nascida na roça, apaixonada pela natureza e pelas letras, na infância não teve oportunidade de conhecer o conforto e as facilidades encontradas nas cidades. Quando viajou pela primeira vez, já na adolescência, tomou conhecimento de uma invenção que a encantou, e passou a alimentar o sonho inusitado de ter um em sua casa. O que poderia ser o objeto de seu encantamento? Ela conseguiria realizar esse sonho?
Ainda muito jovem, se viu morando em uma grande cidade, sozinha e meio desnorteada. Como a realidade socioeconômica do país e a cultura familiar nortearam importantes decisões que mudariam para sempre sua sorte?
O registro da vivência da menina seria contextualizado por alguns fatos significativos que ocorreram no mundo em paralelo às fases de sua vida. E ela não abriria mão de expor também algumas reflexões e juízos sobre muitas coisas, fruto das seis décadas de sua existência.
Aquele projeto, para ela representava um enorme desafio. Não era fácil conciliar as diversas atividades diárias e a arte da escrita. Aproveitar o tempo ocioso, no vai e vem exigido pelo trabalho, foi a saída encontrada. No entanto, se deparava com outras dificuldades inerentes a quem se dedica à escrita, e ainda não tem muita experiência no ofício.
Ela passou a se dedicar diariamente à composição do texto, até que uma situação dramática determinou a alteração de sua rotina. Restava saber que rumo teria sua vida, seus escritos e como seriam todas as coisas dali em diante.