Sabe aquele livro que você me pediu?

Sabe aquele livro que você me pediu?
Considerado uma obra referencial para os leitores que queiram conhecer mais profundamente o panorama atual dos relacionamentos “de plástico” de uma sociedade que apresenta claramente personagens antagônicos: Os que constroem altares para o amor e os que destroem. O projeto é resultado de uma pesquisa em âmbito vivencial escrito em fragmentos durante oito anos e cinco meses por meio de flashes e reflexões sobre a rotina de duas pessoas que juraram amor eterno. Para isso, a autora buscou suporte em diferentes contextos, cercando-se de ensinamentos de outras áreas para compreender o que já passou e descortinar o que virá, além de fazer uma contextualização do conceito de amor de forma ampliada e poética, percebendo sua complexidade a partir da realidade humana.
Fruto de um mapeamento, identificação e análise de registros de obras ficcionais que integram o universo romancista nacional, o livro primeiramente assinala a importância da compreensão da identidade individual que precisa se ter diante de um enlace amoroso, onde somos ensinados até mesmo sobre preceitos bíblicos a nos tornarmos apenas um, quando se tem, de fato, duas pessoas com percepções diferentes, anseios opostos, medos díspares, sonhos outros.
“Eu trabalhei meu coração para aceitar que histórias de amor não são reais e muito menos contos de fadas existem ou que o balançar da cadeira na varanda é possível, porque alguém sempre deixa de proporcionar o movimento do vai e vem. Isso! Amar seria um eterno vai e vem, mas às vezes a resposta é só o eco da nossa própria voz – um oco, vazio balbuciar de nós mesmos”.
“Ela ouviu o seu nome. Ela nem sabia dela. Ela se apaixonou. Ela namorava. Ela era solteira e insistiu. Ela se deixou levar. Ela criou um universo para elas. Ela se deixou levar. Ela amou. Ela se deixou levar. Ela se doou. Ela se deixou levar. Ela disse sim. Ela disse sim. Elas se casaram. Ela insistiu. Ela se deixou levar. Ela fez um altar. Ela se apaixonou. Ela ficou. Ela partiu. Ela descobriu que 1 + 1 = 3. Ela aprendeu a somar corretamente. Ela sangrou. Ela sorriu. Ela se humilhou. Ela sorriu. Ela desistiu da Matemática. Ela quis ser pipa e decidiu voar”.