Relações quânticas

“Relações Quânticas” é um romance desorientadamente interessante para o nosso tempo presente. A estória inicia com o personagem de abertura levantando as seguintes perguntas: O que é ser humano? O que isso significa? Podemos pensar em várias respostas, associando nossos relacionamentos, conflitos e questionamentos existências. Os alunos do professor Gavin vivem a vida acadêmica de uma Universidade de elite ao norte da ilha de Manhattan. São amigos que se conhecem na faculdade e, a partir de suas experiências comuns, constroem laços pautados pelos grandes conceitos polêmicos ainda no século XXI, tais como, socialismo versus capitalismo, orientação sexual, racismo versus preconceito, relacionamento professor e alunos e os pensamentos filosóficos e a cultura. O romance é marcado pelo modo como eles acabam se envolvendo com as polêmicas, e uns com os outros, de tal forma que já não podem viver um sem o outro. A ação de um interfere ou afeta diretamente ao outro ou aos outros. Assim, do título original em inglês, Entanglement, surgem as “Relações Quânticas” destinada ao público de leitores brasileiros. Ao se colocar a palavra original no dicionário, nos deparamos com a definição de entrelaçamento, emaranhado. A expressão “entrelaçamento” foi elaborada por Erwin Schrödinger, físico de origem austríaca. O entrelaçamento, ou emaranhamento quântico, é estudado pela Mecânica Quântica. O que ela nos ensina é que dois ou mais objetos podem estar de tal forma conectados que uma face não pode ser analisada adequadamente sem que a contraface seja igualmente afetada, ainda que ambos estejam localizados em dimensões espaciais distintas. O que este livro faz é colocar a face do humano emaranhada à complexidade das relações humanas na contemporaneidade. O leitor brasileiro também experimentará um formato de escrita e descrição modernos, bastante diferente do senso comum, mas nem por isso menos interessante. Pelo contrário. Vale muito a leitura.