Quarto 241: Um olhar sobre saúde mental

No fundo, estamos todos cansados. Cada um de nós. Ao chegar a uma certa idade, não somos mais do que um exército de almas doloridas buscando desesperadamente pela harmonia. Queremos mais, mas estamos cansados demais para pedir. Não gostamos de onde estamos agora, mas estamos com muito medo de começar algo do início. Temos de assumir riscos, mas sentimos medo de ver como tudo em nosso entorno pode simplesmente desmoronar. No final, não temos certeza de quantas vezes podemos começar tudo de novo.

A verdade é que, às vezes, cansamos uns dos outros. Estamos cansados dos jogos que jogamos, das mentiras que contamos a nós mesmos, da incerteza que semeamos entre nós. Não queremos usar máscara, mas tampouco queremos continuar a ser tolos e ingênuos. Temos de jogar nossos odiados papeis e fingir sermos alguém, porque não temos certeza da nossa escolha.

Não sou especialista em saude mental, depressão ou ansiedade, então só consigo falar do ponto de vista de quem sentiu/sente as dores. Fala sobre o que é ser acometido por algo que nem nós mesmos entendemos, das dores que sinto mas não consigo verbalizar. Fala sobre esperança, sobre acreditar que no fim sairemos desta.

Quarto 241 foi escrito no hospital psiquiátrico no meu quarto 241 durante meu período de internação.