Psicanálise e prevenção: Diálogos possíveis

O desenvolvimento infantil tem sido foco de interesse recorrente na atualidade, bem como a possibilidade de acompanhar seu curso de modo a garantir o ótimo cumprimento de suas etapas ou possibilitar ação preventiva para evitar seu fracasso. O bebê que conhecemos hoje é muito mais rico sensorialmente, capaz socialmente, e ávido cognitivamente, mas, em consequência, mais sensível e vulnerável afetivamente. A intervenção preventiva impôs-se como alternativa quase obrigatória se consideradas as condições da oferta de serviços e as estatísticas alarmantes sobre transtornos mentais na atualidade. Mas de que modo isto pode ser garantido, e quais as teorias que embasam tão relevante tarefa? A psicanálise pode contribuir para este debate? Mais ainda, o modelo kleiniano, reconhecidamente revolucionário e pioneiro no atendimento à primeira infância, é capaz de oferecer elementos teóricos para promover a psicoprofilaxia infantil? Finalmente, é possível falar em prevenção sem incorrer numa espécie de atitude premonitória? Propomos um projeto que antes permita à criança crescer e se desenvolver o máximo possível, que enfoca a intersubjetividade como o lugar da ressignificação constante do ser, e finalmente, que tenta aproximar o sujeito da possibilidade da felicidade e não da felicidade impossível.