Projeto Grecco: Do despertar a captura

Foi uma explosão que me arremessou em direção à parede. Aquele foi um estrondo ensurdecedor e feroz, em um espaço confinado, despedaçaria uma pessoa em segundos, mas meu corpo foi jogado no chão.
Além das roupas chamuscadas, eu estava intacta.
Um sentimento de medo tomou conta de mim, talvez por sentir familiaridade naquele local, mas não me lembrava de nada. Minha única memória era de fugir junto a outras duas garotas que, por motivos óbvios, não me lembrava como eram. Agora estava sozinha.
— A porta.
Eu estava me levantando quando as palavras surgiram em minha mente. Como se alguém tentasse falar comigo.
— É droga, abre a porta.
Paralisei. Ao meu lado, uma porta metálica e retorcida estava em tons de preto chamuscada.
— Está toda torta, provavelmente emperrada. — a voz disse mais uma vez em minha mente como se esperasse uma resposta de alguém. Pensei em abrir, mas a porta não parecia que abriria com facilidade.
— Só abre, Rosa. Rosa? Aquela voz ainda na minha cabeça. Segurei pela maçaneta e arranquei como se estivesse desgrudada. Era leve.
— Quem é você? — perguntei quando vi quem estava lá dentro.
A pequena garota de pele azul me encarou com expressão de desânimo.
— Droga, Rosa, já é a terceira vez. Sua memória não está durando mais que alguns minutos. Eu conseguia ouvir sua voz nitidamente, mas seus lábios permaneciam imóveis.