Por uma Taça de Vinho
Por SEBASTIÃO CARNEIRO DA SILVA CARNEIRO Esta é uma ficção sobre obviedades. Em especial as de educação, sexo, consciência.
Esta ficção acha óbvio o indivíduo se indignar com o pouco-caso de certos governantes a respeito da educação. Quantos milhões de analfabetos no mundo? E no Brasil?
Esta ficção acha óbvio meninas e meninos saírem da puberdade conscientes – conscientes, disse – do descomunal poder que vão transportar entre as pernas. Poder que só perde para o poder presente entre as orelhas.
Esta ficção acha óbvio a polícia de trânsito rebocar o veículo cujo motorista o estacionou na frente da garagem alheia. Até porque o motorista deve ter ido encher a cara num dos botecos da redondeza.
Esta ficção fala de educação porque fica puta da vida com a covardia de diversos presidentes e afins. Covardes, sim, já que vivem testando o poder na demência mental impingida por eles aos analfabetos.
Esta ficção fala de sexo como se estivesse falando de saúde, educação, segurança. E não tem papa na língua quando fala de assédio, asma, assalto. Assim como não a tem para transar, tratar, trancafiar.
Esta ficção fala de consciência, porquanto entender que a falta dela faz uma falta danada: faz o velhaco governante querer ser o dono da crítica alheia, faz o desprezível amante querer ser o dono do corpo alheio, faz o boçal motorista querer ser o dono da garagem alheia. E faz o estúpido trio querer roubar a paz coletiva.
Esta ficção flagra o olhar afetuoso da consciência ao ver o sexo e a educação trocando civilizados cafunés.
Mas esta criatura está a léguas de ser libertina. E a metros de ser genuína.
A palavra gostosa desta criatura é sexo. A palavra carinhosa desta criatura é educação. A palavra poderosa desta criatura é consciência.
E a presunçosa é Tião.
A primeira palavra desta criatura é “acontece”. A última palavra desta criatura é “consciência”. No miolo abraçam-se interesse, costume e contexto. Porque as coisas só acontecem por algum interesse – não raras costumeiramente – e em dado contexto. E serão show de bola se a consciência estiver mediando.
Esta criatura privilegia o quá-quá-quá em detrimento do quê-quê-quê.
Como usa em abundância os termos “coisa, pra e aí”, esta criatura não é recomendada para os eruditos.
Como agasalha em abundância entrelinhas de consciência, esta criatura é recomendada para os carentes de empatia.
Como narra em abundância historinhas de sexo, esta criatura é proibida para os falsos moralistas.
Mas não posso evitar que fiquem lendo por detrás das portas.
Tim-tim
Esta ficção acha óbvio o indivíduo se indignar com o pouco-caso de certos governantes a respeito da educação. Quantos milhões de analfabetos no mundo? E no Brasil?
Esta ficção acha óbvio meninas e meninos saírem da puberdade conscientes – conscientes, disse – do descomunal poder que vão transportar entre as pernas. Poder que só perde para o poder presente entre as orelhas.
Esta ficção acha óbvio a polícia de trânsito rebocar o veículo cujo motorista o estacionou na frente da garagem alheia. Até porque o motorista deve ter ido encher a cara num dos botecos da redondeza.
Esta ficção fala de educação porque fica puta da vida com a covardia de diversos presidentes e afins. Covardes, sim, já que vivem testando o poder na demência mental impingida por eles aos analfabetos.
Esta ficção fala de sexo como se estivesse falando de saúde, educação, segurança. E não tem papa na língua quando fala de assédio, asma, assalto. Assim como não a tem para transar, tratar, trancafiar.
Esta ficção fala de consciência, porquanto entender que a falta dela faz uma falta danada: faz o velhaco governante querer ser o dono da crítica alheia, faz o desprezível amante querer ser o dono do corpo alheio, faz o boçal motorista querer ser o dono da garagem alheia. E faz o estúpido trio querer roubar a paz coletiva.
Esta ficção flagra o olhar afetuoso da consciência ao ver o sexo e a educação trocando civilizados cafunés.
Mas esta criatura está a léguas de ser libertina. E a metros de ser genuína.
A palavra gostosa desta criatura é sexo. A palavra carinhosa desta criatura é educação. A palavra poderosa desta criatura é consciência.
E a presunçosa é Tião.
A primeira palavra desta criatura é “acontece”. A última palavra desta criatura é “consciência”. No miolo abraçam-se interesse, costume e contexto. Porque as coisas só acontecem por algum interesse – não raras costumeiramente – e em dado contexto. E serão show de bola se a consciência estiver mediando.
Esta criatura privilegia o quá-quá-quá em detrimento do quê-quê-quê.
Como usa em abundância os termos “coisa, pra e aí”, esta criatura não é recomendada para os eruditos.
Como agasalha em abundância entrelinhas de consciência, esta criatura é recomendada para os carentes de empatia.
Como narra em abundância historinhas de sexo, esta criatura é proibida para os falsos moralistas.
Mas não posso evitar que fiquem lendo por detrás das portas.
Tim-tim
Características do eBook
Aqui estão algumas informações técnicas sobre este eBook:
- Autor(a): SEBASTIÃO CARNEIRO DA SILVA CARNEIRO
- ASIN: B08QVR5VMX
- Editora: Z
- Idioma: Português
- Tamanho: 3711 KB
- Nº de Páginas: 569
- Categoria: Eróticos
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