Por Mares Nunca Navegados: A saga dos lusitanos: Século XV

No início do século XV ainda havia muita controvérsia sobre o universo.A população inculta era dominada, além da força, por ideias apavorantes de lendas fantasmagóricas, nas quais monstros e demônios infestavam as águas do mar mais distante, que lhes eram repassadas pelos formadores de opinião e por aqueles que os dominavam.

Dentro desse contexto, com a ascensão do Rei D. João I, de reinado consolidado a partir da Batalha de Aljubarrota com o apoio de arqueiros ingleses, após seu casamento com Filipa de Lencastre, filha do príncipe inglês John Gant, por necessidade de segurança da coroa lusitana, com a ajuda de seus filhos, dá início à expansão de seu domínio a partir da invasão de Ceuta, em 1415.

A ousadia, a astúcia e a força de vontade são ingredientes fundamentais ao esforço dos lusitanos para superar as dificuldades enfrentadas a fim de alcançar os resultados desejados, onde a figura do Infante D. Henrique apresenta-se como primordial para levar adiante as intenções portuguesas. Para tanto, tiveram que superar, por um lado, as intrigas palacianas e, por outro, as dificuldades técnicas marcantes daquela época.

Esta é a tônica desta obra que perpassa os reinados de D. Duarte, D. Afonso V, D. João II e alcança o de D. Manuel I na expansão dos domínios lusitanos, levando-os às Índias e ao fim do mundo, onde encontraram a Ilha de Vera Cruz, depois Terra de Santa Cruz e finalmente Brasil, através de suas descobertas marítimas.

Para isso, tiveram que superar os valores culturais da época onde o mar Oceano – como era denominado o Oceano Atlântico – era tido como infestado por demônios e por tudo de mau que fosse capaz de levar o aventureiro para o inferno. Como também, as dificuldades de navegação de longo curso, até então inexplorada, mas indispensável à realização de seus sonhos previamente arquitetados.