Poesia INvertebral: Nicho Semiótico

Surpreso, fui convidado a apresentar um e-livro de poemas e fotos sobre invertebrados (animais que não têm uma coluna vertebral). Isto porque não sou literato: desde 2006 leciono a disciplina que trata desses seres vivos na universidade. É gratificante ver esses animais enaltecidos em verso e prosa. Embora representem mais de 70% da biodiversidade, eles não têm recebido a devida atenção das artes em geral, apesar da importância biológica, formas, cores e comportamentos belos e únicos. Infelizmente, para muitas pessoas, os seres de que trata esse Poesia INvertebral não têm a excelência dos corcéis, a exuberância das águias, a simpatia dos cães, gatos e peixes nem trazem o temor que dedicamos às serpentes. Como professor de zoologia, antevejo aqui diversas possibilidades lúdicas de aproximar literatura/música/fotografia ao conhecimento científico, quer introduzindo um assunto, quer ilustrando ou exemplificando um grupo de invertebrados. Em textos agradáveis, os autores de Poesia Animal! [Editora UFMS/Sterna, 2003] tiveram o cuidado de abranger grande diversidade de grupos, hábitos e formas de vida, trazendo ao lugar da poesia desde os mais famosos aos quase desconhecidos ou esquecidos seres que habitam as profundezas oceânicas, cavernas e recônditos intestinais! E como muitos desses invertebrados estão presentes nas residências, na culinária e cultura, o leitor não biólogo também se identificará com esta obra singular.

Dr. Gustavo Graciolli
Instituto de Biociências
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Surprised, I was invited to present an e-book of poems and photos about invertebrates (animals without spine). That is because I am not a writer: since 2006, I lecture the subject that deals with these living beings at the University. It is gratifying to see these animals exalted in verse and prose. Although they represent more than 70% of the biodiversity, they have not received the proper attention of the arts in general, despite their beauty and unique biological importance, shapes, colors and behavior. Unfortunately, for many people, the beings that this INvertebral poetry deals with do not have the elegance of horses, the exuberance of eagles, the friendliness of dogs, cats and fish, nor do they bring the fear we devote to snakes. As a Zoology lecturer, I foresee here a number of playful possibilities for bringing literature / music / photography closer to the scientific knowledge, either by introducing a subject or by illustrating or exemplifying a group of invertebrates. In pleasant texts, the authors of Poesia Animal! [Animal Poetry! – Editora UFMS/Sterna, 2003] were careful to encompass a great diversity of groups, habits and life forms, bringing to the place of poetry from the most famous to the almost unknown or forgotten beings that inhabit the ocean depths, caves and intestinal hiddenness! And since many of these invertebrates are present in homes, cuisine and culture, the non-biologist reader will also identify himself with this unique work.

Dr. Gustavo Graciolli
Biosciences Institute
Federal University of Mato Grosso do Sul