Planos de negócios em Arquitetura e Urbanismo (Gestão Arquitetônica)

Você encontrará poucas coisas em comum entre os escritórios contemporâneos de Arquitetura, Urbanismo ou Design. Cada um trabalha num mercado, nicho ou segmento diferente. Alguns querem crescer em tamanho, outros planejam enxugar sua estrutura – e alguns outros profissionais discretamente planejam se desvincular do atual escritório para formar uma dissidência independente. Cada empresa ou profissional liberal oferece um tipo diferente de serviço a um mercado específico. Cada empreendedor relaciona-se com seu cliente através de mensagens únicas, por meio de uma seleção de canais entre infinitas possibilidades. Cada escritório está montado de uma forma diferente, prepara sua estrutura interna e rede de parceiros-chave para um determinado modelo de negócios e conceito de atuação no mercado. Alguns miram a iniciativa privada, enquanto outros trabalham objetivando concursos de projetos ou licitações públicas. Alguns buscam as pessoas físicas, outros preferem trabalhar para empresas, governos ou até para ambos. Cada um tem uma estratégia diferente, atua de forma diferente e produz resultados diferentes. E assim por diante, numa infinita miríade de possibilidades de atuação profissional que conformam organizações únicas também no aspecto gerencial e administrativo.
Entretanto, há uma aparente constante que parece permear todo o nosso campo profissional, a qual vemos reproduzida em praticamente todos os participantes desses mercados com os quais conversamos: as dificuldades de gestão do escritório. É espantoso o alinhamento que parece haver entre quase todos os escritórios neste elemento, principalmente entre pequenos e médios, permeando toda a diversidade que o conjunto de elementos apresentados acima produz. Raramente um arquiteto ou designer titular de algum escritório de nosso ramo não reclama da dificuldade em lidar com pessoas, finanças, marketing, estratégias ou mesmo com o planejamento operacional de sua organização. E não é apenas uma sensação: os dados do setor confirmam essas dificuldades.
O profissional da Arquitetura e Urbanismo se comunica mal com seu mercado, e parece existir um mercado inexplorado nada desprezível. Além disso, pela ótica da Administração das Organizações, uma situação deste tipo aponta para falhas de planejamento – curiosamente, um dos assuntos mais abordados pela formação acadêmica do arquiteto e urbanista em seu currículo de graduação. Ato contínuo, o olhar da Administração se voltaria para o exame de como estão sendo elaborados os planos de negócios deste ramo de atividade. Este é o tema deste livro, parte integrante da série Gestão Arquitetônica.