Patagônia: A História da Região Mais Meridional da América do Sul

O nome “Patagônia” vem de uma observação feita por Ferdinand Magellan, que visitou a região durante sua histórica expedição ao redor do mundo. Maravilhado com a altura dos indígenas, ele se referiu à região como uma “terra de gigantes”. Esses gigantes eram os Tehuelches, nomeados pela expedição de Magalhães como Patagones, e as crônicas dessa viagem, escritas por Antonio Pigafetta, popularizaram o termo “Patagones”, termo que se refere a seus pés grandes (em espanhol, “patones” significa “de pés grandes”). Essa descrição derivaria mais tarde do nome Patagônia.

Desde a sua descoberta até o século 20 , tanto as fronteiras da Patagônia quanto os elementos que a definem como tal passaram por várias mudanças e nomes. O principal para entender seus limites durante a conquista espanhola é que a Patagônia se referia às terras ao sul da área de influência europeia. Naquela época, a Patagônia estava sob o controle de habitantes indígenas e, como tal, fora do controle europeu ou apenas parcialmente influenciada. Não é de admirar, então, que o limite mais antigo foi o próprio Río de la Plata, onde em 1536 (e novamente em 1580) a cidade de Buenos Aires foi fundada. Mais tarde, a conquista do território, junto com o trabalho de cartógrafos de todo o mundo, deu forma à região.
Hoje, a região da Patagônia está politicamente separada entre dois países, Argentina e Chile, além do Reino Unido, que controla o arquipélago das Ilhas Falkland / Malvinas. Há também uma divisão feita entre suas duas regiões: a Cordilheira e a estepe (ou, como era historicamente chamada,”o deserto”). A fronteira natural entre o Chile e a Argentina é a Cordilheira de Los Andes.

Em termos de tamanho, a Patagônia argentina é maior que a chilena, assim como a região de estepes em relação à Cordilheira. A Patagônia é a maior região da Argentina, com mais de um terço de sua área total. Proporção semelhante é encontrada entre o tamanho da Patagônia chilena e o resto do país.

Hoje, o Rio Colorado funciona como limite norte da Patagônia Argentina. Ao sul de seu curso encontram-se partes das províncias pampeanas de Buenos Aires, La Pampa, bem como parte de Mendoza, Neuquén e Río Negro, formando a Patagônia Norte, enquanto Chubut, Santa Cruz e Terra do Fogo formam a Patagônia Sul.

Como um todo, a Patagônia tem uma baixa densidade populacional de apenas 2,2 habitantes por quilômetro quadrado, e apenas 5% da população argentina reside na Patagônia, com a gigantesca província de Santa Cruz tendo apenas 1,4 habitantes por quilômetro quadrado. Alguns lugares na Patagônia estão entre os mais baixos em densidade populacional do mundo, como as Ilhas Malvinas, com uma densidade de apenas 0,3 habitantes por quilômetro quadrado. Os habitantes da Patagônia são em sua maioria de origem europeia, mas ainda há um grande número de aborígenes.

Topologicamente falando, a região chilena é extremamente acidentada, como nenhum outro lugar do mundo. É fortemente comprometido pela cordilheira dos Andes, parte da Cordilheira americana que abriga os vulcões mais altos do mundo.A atividade vulcânica dos Andes ainda está ativa hoje, com erupções como o vulcão Calbuco (região de Los Lagos) em 2015. Ao sul do Golfo do Corcovado, a Patagônia chilena é povoada pelos chamados fiordes, entradas marítimas estreitas que navegam nas altas costas vulcânicas.Nesse sentido, a geografia da Patagônia chilena lembra as costas da Noruega ou a costa da Colúmbia Britânica no Canadá. A vegetação também varia de oeste para leste.