Pandemia – Olhares Distópicos

Tragédias podem desencadear guerras e conflitos; alimentar dores, revoltas, mágoas e, paradoxalmente, servir como trampolim para grandes revoluções no mundo.

Uma crise global traz sempre uma possibilidade de mudanças nas estruturas psíquica e comportamental da sociedade. É quando os valores podem ser redefinidos e a escala moral ampliada ou reduzida, conforme os interesses da ocasião.

O sistema não muda sozinho, ele requer uma força externa para girar a roda do progresso e da fortuna. A grande pergunta é: para que lado ela vai girar?

Impossível computar as mortes e mensurar as atrocidades em meio à loucura da destruição provocada por uma cruel e incontrolável praga, cuja origem é digna de discussão.

Com a humanidade aterrorizada por um cenário pandêmico sem precedentes na história, o mundo prestes a entrar em colapso, nações na iminência de se destruírem, países ameaçados de serem riscados do mapa, antigos aliados entrando em guerra e opositores se unindo, uma nova ordem social se faz necessária.

Alguém tem que assumir a função de ordenar o caos. Quando o lema “Para situações extremas, atitudes extremas!” É posto em voga, máscaras caem e monstros são descobertos.

O extremismo surge contagiante e letal, como furacões e tormentas soprando em várias direções no mares revoltos da dor e do medo, castigando os sobreviventes, navegantes que seguem resistindo. A esses só resta aprumar as velas para fugir ou… atacar.