Paca da Mão Branca
Esse romance é obra-prima de José Humberto Henriques. Habituado a produzir mais de quatro romances a cada ano, o autor atravessa o ano de 2017 com apenas esse compêndio. Paca da Mão Branca – título inventivo, resgate de um de um termo em desuso, significado de prostituta em algumas regiões do Brasil -, traz a história de dois homens que buscam a fortuna nos grandes garimpos do Mato Grosso, nos idos tempos da década de 30. As duas personagens percorrem o livro durante toda a distribuição da história e as tais pacas da mão branca são apenas figuras secundárias na sequência da narrativa. O contraste entre as duas personagens é gritante. Nesse livro, Henriques não limita a loucura, apenas faz com que ela seja absorvida e verificada pelo leitor como uma maneira bem humorada de conduzir a existência. É um texto introspectivo, trata a palavra e a literatura como referência de estética e não apenas mais um livro que se publica ao acaso.
Henriques publicou mais de 300 títulos na amazon.com. Entre romances, novelas, dramaturgia, poesias, contos e ensaios. E como o autor é por demais jovem e está em fase franca de produtividade, pode ser que alcance nesse sistema de publicação, através de e-books, uma marca um tanto quanto assustadora. O que levou Henriques a escrever esse romance baseado na história dos garimpos foi a sua sôfrega e dileta preferência e amor pelos estados de Goiás e Mato Grosso. O verde o atrai sobremaneira, bem como o fluxo pelos rios desses estados. O texto é absurdamente condensado, nada nele se perde ou pode ser desprezado. Ocorre que a descrição do palco onde ocorrem os fatos e suas circunstâncias casuais não passa de um teatro superficial por onde trançam personagens de efeito introspectivo. Aqui está mais um estudo da alma humana promovido pela ficção de um escritor excepcional.
Para se fazer melhor ideia do texto, é aconselhável que se verifique como esse livro foi elaborado. Uma pequena amostra aqui vai. Um pequeno retalho do caítulo segundo do romance.
“O
mundo com suas balanças. Sempre um pendido para uma banda. Sem água que seja sobejo, muito bicho que resiste e quer ficar, acaba mesmo morrendo. Os que migram, acham retorno seguinte, o ano próximo, refazem a existência. Sendo dessa forma, as cores também nunca se repetem na mesma densidade de tempos diferentes. Algo assim.
Tanta coisa assim emendada, a chuva atingida naquele marasmo e nada de haver sequer um relâmpago para justificar viagem de luz maior. Se há um relâmpago nas alturas, somente aqueles que são encostados para as bandas de muito longe. Bandas de muito longe, quando e onde nem se sabe direito se aquilo existe deveras ou se tem barranco. Um lugar longe demais, assim desse modo que acoita relâmpago diminuto e calado, sempre padece de falta de barrancos. Esses detalhes de existência que fazem pensar no miolo do nada.
Tamanha falta de barrancos gera a notória sensação de que as coisas eternas são muito mesquinhas. Não permitem que a criatura alcance peso suficiente para ultrapassar e conhecer o mundo inteiro. E um dar de ombros – daqueles que se sacodem sem peso e que dizem que nada mesmo tem seu valor ou medida – revela a vida que se leva e aquela que um dia será.
OlindoTarjão de Albuquerque encolheu-se e puxou a gola da camisa para as bandas do pescoço. Sentiu que havia gola apenas em uma metade do corpo. Estava ali no povoado de Santa Rita havia treze anos. Treze anos com passagem forçada. Devagar e sempre, como tralha de carroção tirada por bois lerdos. A vida era uma repetição sem fim. A vida punha graça somente nos dias que uma arruaça qualquer acontecia por ali, embora ele não fizesse questão de participar diretamente do furdúncio. Era mais retirado desse tipo de compromisso. E isso pelo temperamento próprio de um homem que fez da vida um remanso onde ciscos de mundo podem achar guarida ou ponto de fazer ninho. Individualidades.”
Através desse pequeno fragmento de capítulo, vale a amostra.
Esse romance é obra-prima de José Humberto Henriques. Habituado a produzir mais de quatro romances a cada ano, o autor atravessa o ano de 2017 com apenas esse compêndio. Paca da Mão Branca – título inventivo, resgate de um de um termo em desuso, significado de prostituta em algumas regiões do Brasil -, traz a história de dois homens que buscam a fortuna nos grandes garimpos do Mato Grosso, nos idos tempos da década de 30. As duas personagens percorrem o livro durante toda a distribuição da história e as tais pacas da mão branca são apenas figuras secundárias na sequência da narrativa. O contraste entre as duas personagens é gritante. Nesse livro, Henriques não limita a loucura, apenas faz com que ela seja absorvida e verificada pelo leitor como uma maneira bem humorada de conduzir a existência. É um texto introspectivo, trata a palavra e a literatura como referência de estética e não apenas mais um livro que se publica ao acaso.
Henriques publicou mais de 300 títulos na amazon.com. Entre romances, novelas, dramaturgia, poesias, contos e ensaios. E como o autor é por demais jovem e está em fase franca de produtividade, pode ser que alcance nesse sistema de publicação, através de e-books, uma marca um tanto quanto assustadora. O que levou Henriques a escrever esse romance baseado na história dos garimpos foi a sua sôfrega e dileta preferência e amor pelos estados de Goiás e Mato Grosso. O verde o atrai sobremaneira, bem como o fluxo pelos rios desses estados. O texto é absurdamente condensado, nada nele se perde ou pode ser desprezado. Ocorre que a descrição do palco onde ocorrem os fatos e suas circunstâncias casuais não passa de um teatro superficial por onde trançam personagens de efeito introspectivo. Aqui está mais um estudo da alma humana promovido pela ficção de um escritor excepcional.
Para se fazer melhor ideia do texto, é aconselhável que se verifique como esse livro foi elaborado. Uma pequena amostra aqui vai. Um pequeno retalho do caítulo segundo do romance.
“O
mundo com suas balanças. Sempre um pendido para uma banda. Sem água que seja sobejo, muito bicho que resiste e quer ficar, acaba mesmo morrendo. Os que migram, acham retorno seguinte, o ano próximo, refazem a existência. Sendo dessa forma, as cores também nunca se repetem na mesma densidade de tempos diferentes. Algo assim.
Tanta coisa assim emendada, a chuva atingida naquele marasmo e nada de haver sequer um relâmpago para justificar viagem de luz maior. Se há um relâmpago nas alturas, somente aqueles que são encostados para as bandas de muito longe. Bandas de muito longe, quando e onde nem se sabe direito se aquilo existe deveras ou se tem barranco. Um lugar longe demais, assim desse modo que acoita relâmpago diminuto e calado, sempre padece de falta de barrancos. Esses detalhes de existência que fazem pensar no miolo do nada.
Tamanha falta de barrancos gera a notória sensação de que as coisas eternas são muito mesquinhas. Não permitem que a criatura alcance peso suficiente para ultrapassar e conhecer o mundo inteiro. E um dar de ombros – daqueles que se sacodem sem peso e que dizem que nada mesmo tem seu valor ou medida – revela a vida que se leva e aquela que um dia será.
OlindoTarjão de Albuquerque encolheu-se e puxou a gola da camisa para as bandas do pescoço. Sentiu que havia gola apenas em uma metade do corpo. Estava ali no povoado de Santa Rita havia treze anos. Treze anos com passagem forçada. Devagar e sempre, como tralha de carroção tirada por bois lerdos. A vida era uma repetição sem fim. A vida punha graça somente nos dias que uma arruaça qualquer acontecia por ali, embora ele não fizesse questão de participar diretamente do furdúncio. Era mais retirado desse tipo de compromisso. E isso pelo temperamento próprio de um homem que fez da vida um remanso onde ciscos de mundo podem achar guarida ou ponto de fazer ninho. Individualidades.”
Através desse pequeno fragmento de capítulo, vale a amostra.
Características do eBook
Aqui estão algumas informações técnicas sobre este eBook:
- Autor(a): José Humberto da Silva Henriques
- ASIN: B075PSQTB5
- Idioma: Português
- Tamanho: 991 KB
- Nº de Páginas: 302
- Categoria: Romance
Amostra Grátis do Livro
Faça a leitura online do livro Paca da Mão Branca, escrito por José Humberto da Silva Henriques. Esse é um trecho gratuito disponibilizado pela Amazon, e não infringe os direitos do autor nem da editora.