Outubro acidental

Presa no engarrafamento, avisto uma figura conhecida. Como poderia não reconhecer meu próprio noivo? Os cabelos, a silhueta, o porte atraente, tudo é inconfundível.
No entanto, há um detalhe: ele está morto.
As circunstâncias da morte de Léo nunca ficaram exatamente claras para mim, mas é fato consumado que eu continuaria o amando para sempre. Esse amor só não permaneceria intacto se eu descobrisse que seu corpo não estava enterrado embaixo do lugar onde depositei aquelas violetas para enfeitar seu túmulo, e sim vivo, aninhado nos braços de outra pessoa. É claro que isso jamais aconteceria; Léo morreu! A não ser que a figura distraída diante dos meus olhos seja mesmo ele e tudo não tenha passado de uma mentira. Mas por que ele faria isso?! É o que preciso descobrir antes que o fluxo de carros me faça perdê-lo de vista. E, desta vez, para sempre.

Uma história romântica que mistura thriller psicológico e terror.