Os sonhos riem do tempo: Nunca é tarde para uma aventura

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As histórias que o Lima de Amorim conta neste livro eu as ouvi, boa parte, há cerca de dois anos, num dos encontros que tivemos para jogar conversa fora. Só que, naquela ocasião, percebi que não jogávamos nada fora, que o que fazíamos era entupir nossas almas de alegria, de riso, de lúcida idiotia muitas vezes. Estávamos fruindo as bobagens, os enganos, rindo muitas vezes de nós mesmos, das coisas incríveis que acontecem quando viajamos, principalmente para fora do país. E viajando meio sem rumo, como ele fez, com um só roteiro acertado, a Inglaterra, para estudar. Dali pra frente, o que rolasse era lucro.

Rimos muito naquela noite. Era tudo muito engraçado. Sugeri que ele contasse essas histórias para um universo maior, que ele democratizasse esse senso de humor incrível, que o compartilhasse com leitores, que ele fizesse um livro. E o livro brotou, pra minha alegria.

Já não disponho do Lima com exclusividade, já não rimos sozinhos das observações perspicazes que esse velho repórter faz do mundo à sua volta. O livro está aí para que a verve dele seja apreciada por todos que gostam de histórias bem contadas.

(Romildo Guerrante)

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O Lima, amigo dos vinhos e autor desta coletânea de memórias sobre seu período sabático, decidiu compartilhar suas experiências com o felizardo leitor. Na sua maturidade, trocou a mala pela mochila e foi atrás de seu novo estágio humanístico. Escolheu a Europa, o norte da África e o Oriente Médio para sua peregrinação. Na época de seu retiro, com a facilidade da internet e seu talento natural, recebíamos ávidos seus relatos informais em mensagens sensíveis e bem humoradas, que agora, generosamente, ele transforma no livro “Os sonhos riem do tempo”. Lima e sua mochila passeiam por esta obra nos divertindo e emocionando com fatos pitorescos como uma tosse indesejável num recital contrito na capela do King’s College de Cambrige, uma visita inusitada a uma das mais antigas casas de chá do Reino Unido quando o destino era um museu de arte, o encontro gutural com o artista siberiano Radik Tulush e sua técnica “Tyvan-throat-singer”, ou com seu momento de saudade de sua inseparável esposa, Claudinha, durante um exótico jantar em Marrakech. “Os sonhos riem do tempo” nos faz repensar nossos projetos pessoais. Este andarilho-caçador de emoções toca nossa alma do jeito mais sabático, como um descanso das duras mazelas do nosso cotidiano.

(Álvaro Moraes)