Os Proletários da Bola

Das várias estórias e histórias do futebol carioca a que aqui introduzimos tem o sabor do subúrbio, exemplificado no suor da corrida atrás de uma bola, mas também do suor da fábrica, sempre quente e sempre esmagadora. Da falta do fôlego da corrida atrás de uma bola e da falta de folego de um operário infectado pelas enfermidades respiratórias, tão comum entre os operários têxteis do período. O texto contém a memória de derrotas injustas e vitorias merecidas porque o adversário não era unicamente outro time, mas o adversário de classe. Muitas memórias daquele que aos poucos passou a ser o principal evento da semana: o jogo do Bangu. Este livro merece uma leitura do amante do futebol e do estudioso dos mundos do trabalho. Quem encarar a leitura se verá várias vezes recompensado seja por saber um pouco mais sobre o Rio de Janeiro, por conhecer o processo de industrialização fluminense ou por poder ter acesso ao mundo místico e maravilhoso de um bairro alvo-vermelho e do seu time.

Norberto Ferreras, Diretor do Instituto de História da Universidade Federal Fluminense – UFF.