Os franceses na terra do Candombléde Pierre Verger a Pascal Treffainguy: un grito de amor pelo Brasil e os orixás.

O que poderia ter, possivelmente, trazer o jornalista Pierre Verger para passar a segunda parte da vida à adoração da religião dos Iorubás, na África e no Brasil? O que pode muito bem magnetizar tantos pesquisadores franceses para o candomblé, a maneira que as universidades da França eram conhecidos defesas de tese de doutorado mais sobre esse assunto do que todas na América do Sul juntos? O que pode trazer um bretão, muçulmano e maçom como eu, em um terreiro nas profundezas da serra que domina o Rio de Janeiro?

A resposta é simples para mim: um casamento fracassado com um impostor amazonense, um câncer do linfoma e um encontro espiritual determinado. Eu não acredito em acidentes, acho como falou o filósofo brasileiro Paulo Coelho que o universo inteiro conspira para nossa felicidade, pelo menos para o nosso progresso espiritual. De fato, esses dois eventos dramáticos para uma pessoa racionalista foram para mim motores incrivelmente generosos da minha existência. Do lado de fora, eu poderia ser considerado desanimado, mas de dentro, eu empurrei meus galhos mais e mais para o céu e estendi minhas raízes mais profundas.

Não sei se temos um preço a pagar neste mundo, para nos libertar de suas ilusões e de sua segurança impossível. No entanto, essas provações caras, humanamente e financeiramente, levaram-me a uma das experiências espirituais mais intensas da minha vida. Graças a Deus, esse deus que é um Brasileiro e que aprendeu a mais conhecer no Brasil.