Sobre o tema câncer têm-se publicado inúmeros livros de autoajuda, sobre dietas que auxiliam a combatê-lo e especialmente no terreio técnico-científico, fartas publicações destinadas em geral a profissionais da saúde, mas infelizmente existem poucos trabalhos e pesquisas que tratem de seus aspectos sociais.
“Os bastidores sociais do câncer”, aborda as representações sociais de uma doença considerada “flagelo”, denunciando a desigualdade entre acometidos e sobreviventes, em termos de oportunidades diagnósticas e terapêuticas, assim como os mitos e tabus que envolvem a enfermidade naqueles que não a padecem. Acrescenta estas contribuições, uma pesquisa inédita realizada junto ao Departamento de Educação da Universidade de São Paulo, envolvendo 980 adolescentes do Ensino Fundamental e Médio de escolas públicas e privadas brasileiras. Nela comprova-se que embora a biotecnologia avance a passos agigantados, a educação sanitária, mesmo nos albores da formação acadêmica, não lhe acompanha. Em pleno século 21, ainda estudantes manifestam que o câncer não tem cura, que é contagioso, e que evitar falar dele, de certa forma, protege.
A linguagem utilizada é um dos aspectos que denuncia a falta de normalização social, particularmente, perante situações em que a palavra “câncer”é usada como metáfora para nomear aspectos negativos da vida social e política do país como a “pobreza”, a “corrupção”, a “falta de oportunidades”, entre outros, fundamentando estas asseverações em criteriosa documentação que envolve inúmeros discursos de religiosos, políticos, médicos, ou seja, personalidades brasileiras e internacionais contemporâneas que reforçam ainda mais o “temor” e o “medo” atribuído à enfermidade. De fato, a retórica associada à sua procura e tratamento são muitas vezes reminiscentes da retórica ligada à dialética marxista ou às campanhas bélicas.
A falta de uma educação para a saúde é a principal causa de que o “estigma” perdure em uma sociedade onde cada vez existem mais doentes crônicos, já que graças aos avanços dos tratamentos e prevenção, a sobrevivência vem gradativamente aumentando.
A obra desmascara as desigualdades sociais perante a enfermidade. Ela afeta de maneira diferente, em função da condição social e cultural das pessoas, que se agrava em situações de crise, como a que hoje afronta o Brasil.
Infelizmente “a luta” contra a doença, termo acunhado por eruditos e a população, tem-se centrado na dimensão médica, descuidando a sua vertente social. Entretanto, só por meio do efeito conjunto da investigação sociológica e da educação se poderá erradicar o uso metafórico do termo que afasta às pessoas das práticas preventivas em saúde, tornando-o um fenômeno social normalizado, com o qual todos devem conviver.
“Os bastidores sociais do câncer”, aborda as representações sociais de uma doença considerada “flagelo”, denunciando a desigualdade entre acometidos e sobreviventes, em termos de oportunidades diagnósticas e terapêuticas, assim como os mitos e tabus que envolvem a enfermidade naqueles que não a padecem. Acrescenta estas contribuições, uma pesquisa inédita realizada junto ao Departamento de Educação da Universidade de São Paulo, envolvendo 980 adolescentes do Ensino Fundamental e Médio de escolas públicas e privadas brasileiras. Nela comprova-se que embora a biotecnologia avance a passos agigantados, a educação sanitária, mesmo nos albores da formação acadêmica, não lhe acompanha. Em pleno século 21, ainda estudantes manifestam que o câncer não tem cura, que é contagioso, e que evitar falar dele, de certa forma, protege.
A linguagem utilizada é um dos aspectos que denuncia a falta de normalização social, particularmente, perante situações em que a palavra “câncer”é usada como metáfora para nomear aspectos negativos da vida social e política do país como a “pobreza”, a “corrupção”, a “falta de oportunidades”, entre outros, fundamentando estas asseverações em criteriosa documentação que envolve inúmeros discursos de religiosos, políticos, médicos, ou seja, personalidades brasileiras e internacionais contemporâneas que reforçam ainda mais o “temor” e o “medo” atribuído à enfermidade. De fato, a retórica associada à sua procura e tratamento são muitas vezes reminiscentes da retórica ligada à dialética marxista ou às campanhas bélicas.
A falta de uma educação para a saúde é a principal causa de que o “estigma” perdure em uma sociedade onde cada vez existem mais doentes crônicos, já que graças aos avanços dos tratamentos e prevenção, a sobrevivência vem gradativamente aumentando.
A obra desmascara as desigualdades sociais perante a enfermidade. Ela afeta de maneira diferente, em função da condição social e cultural das pessoas, que se agrava em situações de crise, como a que hoje afronta o Brasil.
Infelizmente “a luta” contra a doença, termo acunhado por eruditos e a população, tem-se centrado na dimensão médica, descuidando a sua vertente social. Entretanto, só por meio do efeito conjunto da investigação sociológica e da educação se poderá erradicar o uso metafórico do termo que afasta às pessoas das práticas preventivas em saúde, tornando-o um fenômeno social normalizado, com o qual todos devem conviver.
Características do eBook
Aqui estão algumas informações técnicas sobre este eBook:
- Autor(a): Eduardo Blanco Cardoso
- ASIN: B07CWHRLL8
- Idioma: Português
- Tamanho: 2688 KB
- Nº de Páginas: 406
- Categoria: Ciências
Amostra Grátis do Livro
Faça a leitura online do livro Os bastidores sociais do câncer, escrito por Eduardo Blanco Cardoso. Esse é um trecho gratuito disponibilizado pela Amazon, e não infringe os direitos do autor nem da editora.