Os associados: uma luta contra a intolerância

Os associados se apresenta como um romance histórico, uma ficção que leva em conta fatos reais. O propósito foi o de criar uma narrativa que procurasse também resgatar alguns aspectos relevantes da história do Brasil da segunda metade do XIX. Vivemos hoje em um momento de relativa tolerância religiosa. Entretanto, nem sempre foi assim. A intolerância religiosa, fenômeno com características marcantes no século XVI, não deixou o Brasil do período colonial de fora do seu vendaval. Ainda no século XIX, mesmo perdendo a sua força do passado essa intransigência religiosa foi um problema, uma ameaça bem presente, para os primeiros protestantes que aportaram por aqui e para os seus novos convertidos. O tráfico de escravos, por exemplo, foi “oficialmente extinto” pelas leis de 1831 (Lei Eusébio de Queirós) e 1845 (Bill Aberdeen), meio século antes da extinção, de fato, da escravidão ocorrida somente em 1888. Entretanto as relações entre brancos e negros continuaram muito próximas e grandemente conturbadas em todo este século. Neste romance o mosaico se completa com a atuação do movimento abolicionista, tendo entre seus diversos atores uma sociedade secreta. A história procura explicitar que tolerância é uma escolha, decisão consciente que pode ser menos árdua de ser trilhada se estivermos na companhia do outro, o nosso diferente. Será caminhar com o outro, considerando e admitindo que existem modos diversos de pensar, de agir e sentir que diferem do nosso. Compreender, ainda, que a opressão, a intolerância, ao final, pode causar a ruína de oprimidos e opressores.