Oficineiros e suas oficinas: Proseando pela Pauliceia

Como funcionam as oficinas literárias? A quem se destinam? Quem frequenta esses eventos? “Oficineiros e suas oficinas” se dedica a retratar o funcionamento das dinâmicas da criação literária na cidade de São Paulo em sua atual fase de efervescência. O livro estabelece um breve recorte, de modo a permitir, de um lado, tomar contato com alguns escritores contemporâneos e, de outro, entender que angu-de-caroço é esse de oficina literária. Este livro quer ser simples para ser útil ao iniciante. Afinal, a função da oficina é justamente essa: dar o caminho das pedras.

Na cabeça de um escritor cabe um mundo grande. Este trabalho, polifônico e variado, é um diário de visitas e leituras, um caderno de viagens rabiscado às escuras em meio ao maravilhamento e à umidade, nessas câmaras surpreendentes nas quais os artistas vão espalhando as noções de sua literatura, da arte de escrever e da Oficina Literária, esse espaço muito mais de ação e experiência que de clareza, um lugar fértil e obscuro no qual muitos textos vão brotar, mas poucos vingarão.

Entre 2012 e 2013, acompanhamos oficinas de criação literária de Bruno Zeni, Rodrigo Petrônio, Luiz Ruffato, Carla Caruso, Reynaldo Bessa e Ricardo Lísias. Foram entrevistados, nessa ordem, Heitor Ferraz, Luiz Bras, Daniela Osvald, Roberto Taddei, Ricardo Lísias, Marcelino Freire, Carla Caruso, João Silvério Trevisan e João Carrascoza. Algumas entrevistas foram concomitantes às oficinas. Conversamos também com a bibliotecária do SESC Belenzinho Daniela Momozaki, que desenvolve pesquisas em mediação de literatura, e com o especialista em políticas públicas para o livro José Felipe Lindoso.

Procuramos tomar contato, dentro do possível, com textos que respondessem às questões: o que é oficina; o que é criação literária; como escrever; o que caracteriza a literatura contemporânea; e que, de preferência, estivessem vinculados às tradições particulares dos entrevistados ou à obra desses autores. Desse modo, procuramos exibir tramas de filiação e tradição pedagógica, memória de ofício e obra literária de cada oficineiro.

Este livro, em constante aprimoramento, deseja oferecer ao leitor interessado mais um documento do que podem ser as oficinas do que uma obra acabada ou em qualquer sentido definitiva.