O temível senador Jerico e sua trupe de malfeitores: A triste saga que contaminou um grande país bestializado por medíocres com ou sem fardas

Jairo Rico, ou Jerico, foi apelidado de Capetão Espoleta por ter espalhado bombinhas no quartel onde fora servir o Exército, por imposição do velho Tonho. Veio a se tornar o principal aliado do presidente da República, Benitus Brutus Carrascoza Iscariotes, eleito sob a orientação do falso-tudo Olarivano Carvalhosa.
Em sua obstinação de eleger-se para o Senado, filiou-se ao PDI (Partido da Direita Independente), que seus adversários políticos apelidaram de “peidei”. E os funcionários de suas empresas, que repetiam a frase “o Jerico vem aí com suas ideias de jerico”, passaram a ter como alternativa, ou complemento: “Aí vem o peidão”.
Benitus Brutus Carrascoza Iscariotes, por sua vez, não falsificava unicamente a História. Afinal, nada que fazia parte de sua vida ou de quem ele se cercasse era verdadeiro.
Rodeara-se de falsos milicos e de falsos cristãos para se eleger, em sua campanha contra as esquerdas, e aderiu com fervor à tática de fake news que lhe fora soprada aos ouvidos por Olarivano Carvalhosa, o seu guru de campanha e inventor da Terra plana.
Iuri chamava Carvalhosa de asqueroso e dizia que ele comandava o imbecil do Iscariotes diretamente de um bunker que instalara no exterior, porque, em território nacional, não poderia pôr os pés, sob o risco de ser preso.
O senador Jerico era pai de Julian Claude, que se elegeu deputado estadual e implantou em seu gabinete o esquema da escondidinha, para exigir de volta, na surdina, parte do suposto salário pago aos seus supostos empregados.
Dramásia Salivares, ministra da Família e adoradora de goiaba como “única fruta” de conteúdo vermelho que conseguia comer, fez ouvido mouco quando soube da notícia sobre a escondidinha, porque prezava a família unida.
O filho do presidente da República, de apelido Pauluxo, chefiava o gabinete do cão raivoso e nutria um ódio mortal pelo discurso dos antigos governantes, derrotados nas eleições, em apoio às camadas mais pobres da população.
Por isso, festejou, com recorrente euforia, quando o ministro da Economia do seu pai, o sinistro ministro Paunochet Grades, ironizou o fato de que as empregadas domésticas conseguiam viajar até mesmo à Disneylândia devido ao que ele chamava de um descalabro, referindo-se à situação econômica durante o governo cujo partido fora derrotado nas eleições.
As dificuldades aumentaram com o surgimento de uma epidemia que, em pouco tempo, avançou por todo o país e por todos os continentes.
Por sua incompetência e mediocridade, o presidente Benitus Brutus Carrascoza Iscariotes enrolou-se todo, insistindo em seguir os conselhos asnáticos dos negacionistas, entre os quais o seu ministro sinistro Desonesto Caramujo, empenhadíssimo em sua determinação de isolar o país das relações exteriores com todas as demais nações com as quais, até então, havia fortes relações comerciais.
As coisas foram piorando progressivamente. Como os adoradores da morte começaram a repudiar o isolamento social, como se pudesse haver contágio sem contato, irresponsáveis da pior espécie iniciaram a escalada assassina. Filhinhos de papai idiotizados pelos maus hábitos da burguesia começaram a dar festas com centenas de pessoas e Benitus Brutus Carrascoza Iscariotes voltou a fazer palhaçadas sem máscara protetora em meio à manada que empestou o país (e todo mundo sabe que gado não usa máscara no focinho; no máximo um sino pendurado no pescoço). Em decorrência, todos os Estados passaram a assistir ao aumento estarrecedor de contaminações e houve o caso mais grave em que faltou oxigênio e as pessoas começaram a morrer sufocadas.
Enquanto o país derretia, o Legislativo, debaixo de pau, mas que foi, majoritariamente, eleito pelo mesmo gado que alçou ao poder o presidente da República que eles louvavam fervorosamente, sentava em cima de uma pilha imensa de pedidos de impeachment.
O restante dessa história estarrecedora você ainda tem muito a conhecer.