O TA HIO OU GRANDE ESTUDO

A morte de Confúcio em 479 a.C., deixou o movimento confucionista sem cabeça e os discípulos do mestre num estado de desorientação, e sem um programa de ação definido sobre como continuar o profundo trabalho político, educacional e moral que ele começara. Por outro lado, o confucionismo como doutrina filosófica não tinha um livro, ou um programa para apontar o caminho a seguir, uma vez que a maioria dos pensamentos escritos pelo sábio estavam dispersos em múltiplas pastilhas de bambu, pelo que era iminente iniciar um trabalho de revisão, sistematização e edição dos mesmos.

A diligência dos discípulos de Confúcio na realização desta tarefa urgente deu frutos, e num curto espaço de tempo vieram à luz os principais textos de Confúcio, entre os quais os Analistas, o Ta Hio ou Grande Estudo e o Chung-Yung ou a Doutrina do Meio, e mais tarde o Livro de Mencius. Todos eles incluídos no que é hoje conhecido como os Quatro Livros Clássicos.

A contribuição para esta importante coleção literária não se deveu apenas a Confúcio e aos seus discípulos diretos, mas também às gerações posteriores, que também se chamaram discípulos do Mestre, como é o caso de Mencius que viveu um século mais tarde e cuja contribuição foi muito significativa.

Embora a autoria do primeiro livro clássico, ou Ta Hio, pertença a Thseng TseU, Kong-Ji, ou “Zisi”, como ele é mais conhecido, não há dúvida de que se concentra nos aspetos básicos das doutrinas de Confúcio, razão pela qual é frequentemente considerado a chave para penetrar na essência do Confucionismo, Está também em total acordo com os Analectos e os outros textos clássicos, embora neste caso de forma muito concisa, clara e resumida, como se fosse a expressão concentrada desta doutrina, que é a razão para a edição seguinte.