O que pode uma canção?: Ensaios sobre a música e o Brasil

Afinal, o que pode uma canção?

Esta é pergunta que está por trás dos 25 ensaios deste livro, originalmente publicados em sites, revistas e livros, pelo músico e professor Paulo da Costa e Silva (POU) – ex-colunista do site da Revista Piauí e ex-diretor da Rádio Batuta (Instituto Moreira Salles), autor do aclamado documentário “Imbatível ao extremo: assim é Jorge Ben Jor”.

Alternando entre história cultural, musicologia e crítica de arte os ensaios vão da análise pontual de obras-primas de compositores como Dorival Caymmi, Nelson Cavaquinho e Paulinho da Viola, passando por temas mais amplos como as relações da música de Tom Jobim com a de Claude Debussy, a trajetória de Vinicius de Moraes como letrista, a singularidade de Jorge Ben e o tom geracional da música dos Los Hermanos.

Seja ao falar de Caetano Veloso ou de Bob Dylan, cada texto é uma pequena investigação sobre os poderes – e as limitações – dessa forma ancestral de arte que, no Brasil, conquistou um lugar especial na cultura e na imagem que fazemos de nós mesmos.

Feito para ser degustado lentamente, este é um livro que vai mudar a sua maneira de ouvir canções e de pensar o Brasil.

“Se as canções, como os livros, lançam mundos no mundo, Paulo da Costa e Silva é alguém que as recolhe e, cuidadosamente, examina-as, numa espécie de contemplação tátil, que se vai revelando capaz de decifrar-lhes os segredos abstratos e corpóreos – e assim as relança no mundo, como um duplo passado a limpo, seus claros enigmas tornados enigmas claros”.
Francisco Bosco, filósofo e ensaísta, autor de O diálogo possível

“Um dos ensaios deste livro – ‘Chico e os olhos do carrasco’ – foi uma inspiração crucial para o 3º episódio do podcast do projeto Querino”.
Tiago Rogero, criador do projeto Querino

“Os ensaios de Paulo da Costa possuem as mesmas qualidades das mais belas canções: um senso apurado de forma, cadência, uma argumentação persuasiva que se impõe sem excessos, levando a conclusões que nos parecem irrefutáveis, mas que ainda não tínhamos articulado”.
Alejandro Chacoff, autor de Apátridas e editor de ensaios da Revista Piauí

“Paulo da Costa descobriu que Nelson Cavaquinho assemelha-se a um dos seguidores do deus grego Dioniso; que no samba de Paulinho da Viola o corpo virou reflexão; que no canto de Jorge Ben há ecos da África islamizado; que o violão de João Gilberto forma uma coroa de luz ao redor de sua voz. Mammì, Wisnik e Nuno Ramos ganharam um irmão menino de ouvidos encantados”.
Thiago Amud, compositor e arranjador

“Nos ensaios de Paulo da Costa, neurociência (cântico dos quânticos), filosofia (dor e delícia) e estética (trapo de tripa da tribo) somam-se numa geléia geral verdadeiramente antropofágica (posto que sabiamente digerida), um originalíssimo ragu com mandioca, só que preparado numa fritadeira elétrica. Com sua escrita, Pou desperta nossos sentidos, salpica nossos afetos, inventa todo um cardápio de “sacadas” filosóficas que harmonizam saberes variados, sabores contraditórios e até temperos antagônicos.

Devotos da canção, este livro é uma escritura sagrada dos saberes cancionísticos”.

Gustavo Mouro, autor de A insurreição da voz