O melro, eu conheci-o: Era negro, vibrante, luzidio, Madrugador, jovial; Logo de manhá cedo Comeåava a soltar d’entre o arvoredo Verdadeiras risadas de cristal. E assim que o padre cura abria a porta Que dß para o passal, Repicando umas finas ironias, O melro d’entre a horta Dizia-lhe: «Bons dias!» E o velho padre cura Náo gostava d’aquellas cortezias. O cura era um velhote conservado Malicioso, alegre, prasenteiro; Náo tinha pombas brancas no telhado, Nem rosas no canteiro: Andava ßs lebres pelo monte, a pç, Livre de rheumatismos, Graåas a Deos, e graåas a Nðe. O melro despresava os exorcismos Que o padre lhe dizia: Cantava, assobiava alegremente; Atç que ultimamente O velho disse um dia: «Nada, jß náo tem geito! este ladráo Dß cabo dos trigaes! Qual seria a rasáo Porque Deos fez os melros e os pardaes?!» E o melro no entretanto, Honesto como um santo, Mal vinha no oriente A madrugada clara Jß elle andava jovial, inquieto, Comendo alegremente, honradamente, Todos os parasitas da seara Desde a formiga ao mais pequeno insecto. E apesar d’isto o rude proletario, O bom trabalhador, Nunca exigiu augmento de salario
Características do eBook
Aqui estão algumas informações técnicas sobre este eBook:
- Autor(a): Camilo Ferreira Botelho Castelo Branco
- ISBN-10: 1070342513
- ISBN-13: 978-1070342511
- ASIN: B00AFE5DBC
- Editora: Library of Alexandria
- Idioma: Português
- Tamanho: 683 KB
- Nº de Páginas: 228
- Categoria: História
Amostra Grátis do Livro
Faça a leitura online do livro O Olho De Vidro, escrito por Camilo Ferreira Botelho Castelo Branco. Esse é um trecho gratuito disponibilizado pela Amazon, e não infringe os direitos do autor nem da editora.