O Movimento da Consciência em Educadores de Adultos. 1989 a 2019
Por Elisabete Christofoletti 25 anos se passaram da defesa de minha dissertação de mestrado, texto que dá origem a este livro. Por que retomar e publicar este trabalho?
Estamos em 2019, o Brasil vive mais um período difícil da sua história. A Educação, seguida da Saúde e das Artes, mais uma vez não só é ameaçada, como tem sofrido diariamente um desmonte por parte do Estado. Paulo Freire, Educador reconhecido em todo o mundo, no Brasil, sofre ameaças de ter sua obra queimada em praça , de ser proibido, enquanto método/ideia, nas escolas.
São tempos, em que os que tem continuam tendo e aqueles que nada ou pouco têm, caminham para não ter mais nada. Há um investimento massivo na miséria, no preconceito, na violência e na agressão.
C. G. Jung, nos chama a atenção quando diz que somos a humanidade toda, que nossa psique é constituída por todos que vieram antes de nós e os que aqui estão. Somos individuais e coletivos ao mesmo tempo. A miséria, a pobreza, a fome do outro, são minha também. Não há psique saudável quando nos calamos perante situações como essa. A psique precisa desenvolver-se e não se faz um caminho de individuação em meio a ditadura e exclusão.
A conjuntura é esta.
Me coloquei a refletir sobre os tantos grupos de Educação de Adultos e Educação Popular com os quais trabalhei e com quem aprendi tanto, desde meus 14 anos. O que teria acontecido a essas pessoas? Como estariam? Teve a educação de fato capacidade de ser um elemento transformador? Que tipo de consciência tem hoje essas pessoas? Ficou algo referente ao trabalho que realizamos?
Fui sendo tomada pela lembrança dos olhares de cada adulto, estão em mim. No medo, na vergonha, no cansaço, mas também o olhar de quem não desiste, olhar corajoso, esperançoso e de quem aprende.
Paulo Freire, diz que o processo de educar deve educar a ambos. Ninguém aprende sozinho, aprendemos na relação.
C. G. Jung, diz que todo processo de análise deve transformar analista e analisando. É nessa relação que o processo se dá.
Com Quíron, na mitologia grega, aprendemos que se não compreendermos e sentirmos a dor do outro, empatia não poderemos colaborar para que o outro reconheça e cure-transforme sua própria dor.
A dor, as feridas, sejam pessoais/ sociais (no caso do analfabetismo, de negar o direito à educação), são sentidas no corpo e na Alma.
Este livro é fruto de um estudo iniciado em 1989, em um programa de educação de adultos no sudeste brasileiro. Pautado na proposta educacional de Paulo Freire, este círculo de cultura, trabalhava com palavras geradoras, associadas ao trabalho desenvolvido por Emília Ferreiro e Ana Teberosky.
A proposta deste estudo foi acompanhar o processo de consciência das monitoras-educadoras.
Por dois anos, estudamos e pesquisamos na comunidade onde o círculo de cultura seria montado. Realizamos uma primeira entrevista com cada monitora em 1989. Uma segunda em 1991. Em seguida fiz a defesa de meu mestrado.
Em 2019, procurei as monitoras e propus uma nova entrevista, agora trabalhando com História Oral de Vida, a questão era: houve alguma ressonância do trabalho realizado por nós há trinta anos atrás? se houve, qual?
Em seguida, apresentei as três entrevistas, onde puderam se reencontrar e juntas olhamos para o processo da vida, a ressonância do trabalho realizado. Foi uma belezura, como diria Paulo Freire.
Estamos em 2019, o Brasil vive mais um período difícil da sua história. A Educação, seguida da Saúde e das Artes, mais uma vez não só é ameaçada, como tem sofrido diariamente um desmonte por parte do Estado. Paulo Freire, Educador reconhecido em todo o mundo, no Brasil, sofre ameaças de ter sua obra queimada em praça , de ser proibido, enquanto método/ideia, nas escolas.
São tempos, em que os que tem continuam tendo e aqueles que nada ou pouco têm, caminham para não ter mais nada. Há um investimento massivo na miséria, no preconceito, na violência e na agressão.
C. G. Jung, nos chama a atenção quando diz que somos a humanidade toda, que nossa psique é constituída por todos que vieram antes de nós e os que aqui estão. Somos individuais e coletivos ao mesmo tempo. A miséria, a pobreza, a fome do outro, são minha também. Não há psique saudável quando nos calamos perante situações como essa. A psique precisa desenvolver-se e não se faz um caminho de individuação em meio a ditadura e exclusão.
A conjuntura é esta.
Me coloquei a refletir sobre os tantos grupos de Educação de Adultos e Educação Popular com os quais trabalhei e com quem aprendi tanto, desde meus 14 anos. O que teria acontecido a essas pessoas? Como estariam? Teve a educação de fato capacidade de ser um elemento transformador? Que tipo de consciência tem hoje essas pessoas? Ficou algo referente ao trabalho que realizamos?
Fui sendo tomada pela lembrança dos olhares de cada adulto, estão em mim. No medo, na vergonha, no cansaço, mas também o olhar de quem não desiste, olhar corajoso, esperançoso e de quem aprende.
Paulo Freire, diz que o processo de educar deve educar a ambos. Ninguém aprende sozinho, aprendemos na relação.
C. G. Jung, diz que todo processo de análise deve transformar analista e analisando. É nessa relação que o processo se dá.
Com Quíron, na mitologia grega, aprendemos que se não compreendermos e sentirmos a dor do outro, empatia não poderemos colaborar para que o outro reconheça e cure-transforme sua própria dor.
A dor, as feridas, sejam pessoais/ sociais (no caso do analfabetismo, de negar o direito à educação), são sentidas no corpo e na Alma.
Este livro é fruto de um estudo iniciado em 1989, em um programa de educação de adultos no sudeste brasileiro. Pautado na proposta educacional de Paulo Freire, este círculo de cultura, trabalhava com palavras geradoras, associadas ao trabalho desenvolvido por Emília Ferreiro e Ana Teberosky.
A proposta deste estudo foi acompanhar o processo de consciência das monitoras-educadoras.
Por dois anos, estudamos e pesquisamos na comunidade onde o círculo de cultura seria montado. Realizamos uma primeira entrevista com cada monitora em 1989. Uma segunda em 1991. Em seguida fiz a defesa de meu mestrado.
Em 2019, procurei as monitoras e propus uma nova entrevista, agora trabalhando com História Oral de Vida, a questão era: houve alguma ressonância do trabalho realizado por nós há trinta anos atrás? se houve, qual?
Em seguida, apresentei as três entrevistas, onde puderam se reencontrar e juntas olhamos para o processo da vida, a ressonância do trabalho realizado. Foi uma belezura, como diria Paulo Freire.
Características do eBook
Aqui estão algumas informações técnicas sobre este eBook:
- Autor(a): Elisabete Christofoletti
- Tamanho: 602 KB
- Nº de Páginas: 449
- Categoria: Educação
Amostra Grátis do Livro
Faça a leitura online do livro O Movimento da Consciência em Educadores de Adultos. 1989 a 2019, escrito por Elisabete Christofoletti. Esse é um trecho gratuito disponibilizado pela Amazon, e não infringe os direitos do autor nem da editora.