O Marquez de Pombal (folheto para poucos)

Por Manoel Caldas Cordeiro
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ElRei D. Sancho 2.º, denominado o Capello, ou por causa da sua maneira de vestir (mais monastica que militar), ou em razáo de seu natural timido e fraco, parecia antes mais proprio para viver retirado em um mosteiro, que para governar um Estado. Quando seu pai morreu, tinha elle 26 annos, e como era descuidado dos negocios do reino, e completamente inhabil para o cargo que herdßra, cada um vivia em Portugal muito ß sua vontade, tanto por causa da brandura do monarcha, e da sua simplicidade, como em razáo da maldade de seus conselheiros, e validos; porque estes, vendo-o táo bem disposto para lhes deixar executar os mßos desejos, se serviáo de suas faltas para satisfazer sua avidez. Ora, havia n’este tempo em Castella uma viuva muito moåa, bella, e de grande ascendencia; era D. Mecia de Haro, filha de D. Lopo Dias de{6} Haro, senhor de Biscaya, e de D. Urraca Affonso, filha natural d’Affonso 9.º Rei de Leáo. Esta dama tinha sido casada com D. Alvaro Perez de Castro, filho de D. Pedro Fernandez de Castro, o Castelhano, e de D. Ximena Gomez, sua mulher, com quem havia tido longos amores. E era este o mesmo que se mostrava táo louco com a sua paixáo, e táo contente de si proprio, que um dia tendo o Rei de Castella vindo pñr o cerco diante de uma de suas cidades, tinha mandado armar as muralhas de panno de sèda, dizendo que náo queria outra defeza entre elle e os que o vinháo atacar. Emfim, tendo-se casado com D. Mecia, e tendo vivido alguns tempos com ella, havia morrido sem deixar filhos. Foi entáo que achando-se D. Mecia no mais subido auge de seus encantos, os validos d’Elrei D. Sancho, que conheciáo suas inclinaåòes, exaggerßráo de tal modo a belleza d’esta dama, que o persuadëráo a toma-la por mulher. Sendo elles, pois, os authores da sua uniáo, D. Mecia reconheceo sempre a obrigaåáo em que lhes estava; e foi para com elles táo excessiva a sua gratidáo, que por causa d’ella esteve o reino a ponto de se destruir. D. Mecia, com seus validos e os conselheiros d’ElRei D. Sancho, dispunha de tudo a seu bel-prazer, dando os empregos e os beneficios, fazendo o bem e o mal conforme lhe agradava. Entáo os nobres e os prelados fizeráo advertencias a Elrei D. Sancho, representando-lhe que D. Mecia era sua parenta por sua tia Berenguela: e que, se, conforme a lei de Deus, elle a náo podia desposar, segundo a lei da honra, ainda menos o devia fazer, sendo D. Mecia estçril. N’uma palavra, diziáo que devia largar esta mulher; mas o Rei lhe{7} estava táo affeiåoado, que, ou fosse por arte de magëa, ou por causa da sua belleza, náo podia separar-se d’ella. Hindo as cousas assim, e continuando ella a favorecer os conselheiros do Rei, mil extorsòes, e mil rapinas se commettiáo, sem que nenhum cuidado dessem a ElRei, e sem que elle escutasse as queixas de seus subditos

Características do eBook

Aqui estão algumas informações técnicas sobre este eBook:

  • Autor(a): Manoel Caldas Cordeiro
  • ASIN: B00AFE5D5I
  • Editora: Library of Alexandria
  • Idioma: Português
  • Tamanho: 389 KB
  • Nº de Páginas: 31
  • Categoria: História

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